quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Bebés de 4 meses denunciam discriminação

A Associação dos Bebés de Quatro Meses (AB4M) promoveu ontem uma conferência de imprensa para reivindicar maior coordenação motora, dado aquilo que consideram ser "uma vergonhosa disparidade" entre o que já são capazes de compreender e o que são capazes de fazer.

"Esta situação não pode continuar", afirmou a presidente da AB4M, Rita Mendonça Tavares, que discursou a partir do seu carrinho de bebé, sem contudo ser capaz de segurar no microfone. "Um bebé de quatro meses já consegue ver as cores, já consegue reconhecer os pais, já consegue emitir sons, é absolutamente fantástico a sorrir, sabe segurar a cabeça e rodá-la para os dois lados, mas depois não consegue que os braços e as mãos reajam de uma forma minimamente articulada", indignou-se a jovem bebé.

Confrontada com o facto de esta situação já se arrastar há vários milénios, Rita Mendonça Tavares recusa-se ainda assim a baixar os braços, embora, na verdade, não tenha conseguido levantá-los como queria. "Já é mais do que tempo para a emancipação motora do bebé de quatro meses", declarou. "Nós não podemos continuar a suportar esta situação discriminatória, em que nos é sistematicamente barrada a interacção física com o mundo antes do meio ano. Não estamos a pedir para começar logo a gatinhar, mas queremos ao menos conseguir agarrar aquilo que está diante dos nossos olhos sem fazermos figuras ridículas."

A presidente da AB4M informou que a única coisa que ela própria e os restantes sócios conseguem executar, e com algum esforço, é colocar os dedos da mão esquerda na boca, chapinhar na água e levantar ligeiramente a parte superior do tronco quando têm muita vontade de ir para o colo da mãe ou do pai. Tudo o resto lhes está vedado. "Nem sequer posso agarrar o meu peluche favorito", confessou, com a voz ligeiramente embargada.

Em jeito de conclusão, Rita Mendonça Tavares declarou ainda que esta "é uma tremenda injustiça que tem de ser resolvida de uma vez por todas", garantindo que a associação que dirige "não vai esperar pelos seis meses para aceder a direitos humanos básicos". "Quer queiram quer não, a nossa voz vai fazer-se ouvir", afirmou. "E a gritar, pelo menos, nós aos quatro meses já somos bastante bons." Seguiu-se uma demonstração dessa capacidade, o que levou os jornalistas a abandonar a sala em passo apressado.

A presidente da AB4M, Rita Mendonça Tavares, ao colo da mãe, momentos antes da sua intervenção

4 comentários:

  1. Olá bom dia. As nossas refeições em família não são muito diferentes das vossas....é que depois do trabalhão que tive com a ajuda do passador de me livrar de tudo quanto boiava na sopa e que tinha a cor verde...o meu gaiato ainda reclamou dum vestígio minúsculo. E lá confessou que na escola comeu sopa com coisas verdes mas pequeninas, Mãe!!!! Acho que vou pedir lá na creche para começarmos a jantar por lá....

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  2. apoiada!... estou muito solidário, pois também vivo dramas semelhantes com outras disparidades de algumas das minhas capacidades de adulto...
    mas, coitadinha da presidente, tão parecida como pai... :)

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