terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A ministra grávida

Eu não sou muito dado a proselitismos paternais. Não é por eu ter quatro filhos que quero que o mundo desate a reproduzir-se que nem doido. Há pessoas que optam por não ter filhos, é assim que se sentem felizes, e eu tenho várias alturas durante o dia em que as compreendo particularmente bem. Mas não deixo de ficar contente com uma notícia como esta.

Assunção Cristas está a caminho do quatro filho, será a nossa primeira ministra grávida, e é um excelente exemplo para mostrar que no século XXI ser mãe não pode ser associado a qualquer espécie de handicap profissional. Muita sorte para ela.


7 comentários:

  1. Infelizmente é handicap para muitas mulheres, que continuam a ser despedidas e marginalizadas por quererem o direito a ser mães.

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  2. José Lopes da Silva8 de janeiro de 2013 às 23:31

    Infelizmente é handicap para muitas mulheres, cujos rendimentos são insuficientes e que não podem contar nem com baby-sitting privado nem público para poderem trabalhar - se tiverem trabalho...

    Mas isso não é motivo, claro, para não nos congratularmos com a boa notícia.

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  3. Sim. Incrivel como com 3 filhos e cargo de ministra tenha tempo e disposição para sexo. É a super mulher.

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  4. Bem, eu fico contente por ela, mas é muito mais fácil ter 4 filhos com salário de ministra do que com 500 euros mensais. E também não me acredito que ela venha para casa e vá fazer o jantar e arrumar a casa, e tratar da roupa, como fazem milhares de mulheres neste país. Na última reunião de pais, estava uma mãe a comentar que gostava de ter mais filhos mas trabalhava num restaurante e chegava a casa às vezes às duas da manhã e quase que nem via o filho. Esta é a realidade de muitas mulheres neste país, que se calhar até tinham mais filhos se tivessem mais apoios, ou mais dinheiro. E quando são ministras a terem 4 filhos são exemplos, mas se for uma mulher com baixos rendimentos já anda à procura de um subsidio.

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    Respostas
    1. Fui mãe há 4 meses e regressei ao trabalho há 3 dias…
      Tenho o direito, sim senhor, a duas horas diárias: optei ao fim do dia sair mais cedo.
      A maior palhaçada, para além de os 120/150 dias serem muito curtos, é ter de explicar ao meu chefe (homem, solteiro, de 37 anos) que das 11h às 11h30 terei de me ausentar do serviço para extrair leite. Onde faço isso? No wc, frio e desconfortável.
      Trabalho, e deixo que se riam, num hospital!!! Fui ontem até à consulta de obstetricia fazer "queixinhas" e à própria urgência (visto que em 3 dias ganhei uma mastite) de que não tinha onde extrair o leite convenientemente e por estar frio o leite não me sai como devia (obviamente). Entãoooo, as enfermeiras do "Cantinho da Amamentação" já falaram em reunião e avisaram-me de que a partir de segunda feira já terei uma sala para o fazer. Boa!!

      Proximo passo, avisar o chefe e esperar que compreenda e que não faça "aquela cara" do 'tá bem, tem de ser.

      E é assim. Neste hospital nas aulas de preparação para o parto insistem na amamentação e de facto quando chega a altura de regressar ao trabalho, é isto: em casa de ferreiro, espeto de pau. Vou, então, tentar retirar o que conseguir e não me sentir pressionada com o meu chefe que irá sentir a minha falta, ou o telemóvel que não parará de tocar, ou porque se já saio 2h mais cedo ainda tenho de queimar meia hora ou mais para tirar leite.

      Com este relato quero dizer que gostava que a ministra senti-se o mesmo que eu (que ficasse a adorar dar de mamar, que fizesse de tudo para extrair o leite no ministério para dar ao bebé assim que chegasse a casa) e fizesse "queixinhas" aos colegas de trabalho e a lei mudasse.

      Uma coisa bestial que existe em Inglaterra é o conceito de Job Share :D para as recém-mamãs. Este país tem mesmo de dar O salto…

      Enquanto isso, pronto, sinto que fiz os possiveis para tratar bem da fonte de alimento do meu filho :) Vamos lá ver até quando isto vai durar e eu vou conseguir andar neste ritmo.

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  5. Goste de ler e gostei da noticia...também temos 4!!!

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  6. Mas, se a super ministra vai ficar ausente do Ministério e diz que os secretários resolvem os problemas. Que raio está a senhora lá a fazer?

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