terça-feira, 16 de abril de 2013

Sábado na praia das Avencas

O professor de inglês dos nossos filhos já se tornou mais ou menos parte da família, e este fim-de-semana tivemos a visita da sua sobrinha, da sua irmã e do seu cunhado, vindos directamente de Liverpool. A Teresa ficou de organizar um programa para todos, e nestas coisas ela não costuma deixar os seus créditos por mãos alheias. Há muito tempo que queríamos experimentar um programa da Natuga chamado "A Vida entre as Marés" (encontra os preços aqui, com o tal problema de o pacote de família só incluir duas crianças...) que consiste em ir à procura da bicharada que vive nas rochas da praia na companhia de um biólogo. A isso, a Teresa acrescentou como extra um piquenique almoçarado pós-programa. Juntando 1 + 2, a bagagem acumulada à porta de casa só para ir até à Parede durante seis horas superava aquela que algumas famílias levam para duas semanas de férias no Algarve:


Adivinham quem teve de acartar com tudo para o carro? Mas enfim, não vamos ser picuinhas, nem sublinhar a necessidade de acordar às sete da manhã de um sábado para conseguir estar às nove horas na Parede, que era a altura em que a maré estava mais baixa. O mais importante é que, quando chegámos à praia das Avencas, estava um dia fantástico, nem demasiado frio nem demasiado quente, nem com sol a mais nem com sol a menos (até a água estava óptima, imaginem).


Houve tempo para ver lapas e ouriços e caranguejos e peixes e anémonas, mas quem brilhou mais alto - como seria de esperar, até por serem mais difíceis de encontrar - foram as estrelas do mar. Desde as mais pequenas


até às maiores. E para mim próprio foi uma estreia, porque nunca tinha estado com uma coisa destas nas mãos. Viva, pelo menos. Posso confirmar que mexem.


Os miúdos adoraram, claro. Até hoje, talvez com a excepção de um dia na Disneylândia, acho que nunca consegui que nada batesse uma boa manhã ou uma boa tarde passada no meio da natureza.


O Gui, com o seu habitual talento para a parvoíce, até descobriu um novo chupa-chupa. Sim, porque apesar de isto ser extraordinariamente parecido com uma lupa, na verdade foi usado como chupa-chupa, com o meu notável filho a passar as duas horas a lamber água do mar e eu a dizer-lhe "pára com isso" (influenciado por alguns leitores, resolvi não recorrer à violência física, com resultados miseráveis). Tanto sal não lhe deve ter feito nada bem à tensão.


Depois, seguiu-se o incrível piquenique preparado pela doutora Teresa, cuja principal dificuldade foi tentar explicar às crianças que se calhar não era grande ideia passar com os pés todos sujos de areia por cima da toalha (mais uma vez, com resultados miseráveis).


E a manhã fechou em grande estilo com um jogo de futebol de praia que opôs Portugal à selecção das ilhas Britânicas (um inglês e um galês contra quatro portugueses). Foi um jogo duro, que acabou com uma vitória das ilhas Britânicas, que teve a sorte de jogar a favor do vento.


A própria Rita portou-se maravilhosamente, sempre pendurada no canguru, e nessa noite dormiu como uma santa, porque o ar do mar lhe fez uma lavagem completa aos pulmões. O que significa que certamente vamos fazer isto mais vezes. Afinal, pelo sono dos meus queridos filhos - e, por extensão, do meu - sou capaz de fazer qualquer coisa. Praia das Avencas, aí vamos nós.


11 comentários:

  1. Que belo serão!
    Esses programas familiares, dão trabalho de organizar, mas chega-se ao fim e… Valeu a pena!

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  2. A Natuga tem actividades muito giras. Conheço bem, os seus mentores foram meus colegas de curso e são amigos de longa data. Também já fizemos essa saída - nesse dia o tempo não estava tão bom mas foi muito giro porque apanharam um polvinho que foi um sucesso para os participantes e que resolveu disparar a sua tinta negra para a cara do meu filho mais velho que achou tudo aquilo muito divertido. A actividade dos morcegos no Castelo de S. Jorge também é muito gira (mas sazonal, adaptada ao ciclo dos bichos).

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  3. adorei o seu post... fez lembrar tempos idos em que a criançada ia para a praia da Zambujeira e outras na mesma linha de costa (Alteirinhos, Brejão, etc.), apanhar bicharada vária para trazer para casa... mais tarde, ja adultos, com os primos mais pequenos, fazer as mesmas coisas e aproveitar os conhecimentos de uma irmã biologa marinha acabadinha de sair da faculdade... :)
    As crianças gastam as energias e caem que nem tordos ao fim do dia... :)

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  4. Adorei o vosso dia, é uma optima ideia! Nós por cá vamos ali à prainha e temos a sorte de não precisar levar nada, afinal a casa é logo ali e de não termos de nos levantar tão cedo... mas o que mais gostei foi da foto do babe a lamber uma especie de chupa chupa gigante salgado... cá para mim ainda vira moda e é ver a chupa chups a fabricar chupas salgados com sabores diversos...afinal se já fazem gelados...

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  5. Que actividade gira. vou investigar essa Natuga! ;-)

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  6. Biba

    Peço desculpa pelo abuso, mas hoje, enquanto escrevia isto, pensava em vós. Solidariedade de famílias com muita gente ;-)

    http://omeuproprioolhar.blogspot.pt/

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  7. Epa! Este post é serviço publico! Que actividade tao gira!

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  8. Que ideia fantástica :) Adorei! Quanto a acartar as coisas para o carro... bem... parece-me justo. Um organiza a "festa" e outro faz o trabalho de braços. Parece-me justo ;)

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  9. Esses são otimos programas em família, Para o verão aconselho os programas da ciência viva no verão tem programas fantásticos por todo o pais
    Beijinhos

    Ps. por favor retire a verificação de palavras, são uma seca para quem é míope como eu, obrigadíssima

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  10. Que dica excelente. :) T.
    P.S. A Ritinha está linda

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  11. Acredito que tenha sido um dia espetacular mas, e peço desde já desculpa, chorei a rir com o "habitual talento para a parvoíce"! Até fui questionada pelos meus filhos: "Mãe, tás bem?".
    Muito bom!

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