terça-feira, 2 de abril de 2013

A ressaca

Há aqueles para quem "ressaca" significa acordar sem se saber bem em que terra se está após uma noite de loucura, com muito sexo e muito álcool, de preferência num destino exótico.


Mas cá em casa "ressaca" não significa nada disso. Significa, isso sim, retomar a actividade normal depois de 15 dias de férias, com quatro putos completamente destrambelhados pela alteração de rotinas, pela mudança da hora de Verão e pela necessidade de voltar a colocar nos eixos um comboio de 40 toneladas. A Teresa, então, que tem um sono bastante mais leve do que o meu (é uma característica dos gajos, não é?, será que fazemos de propósito?) passou a noite inteira a combater fogos em quatro frentes (feliz ou infelizmente, a maior parte das vezes eu só via passar o autotanque por um canto do olho). Portanto, para nós - mas sobretudo para ela -, "ressaca" é muito menos aquilo do que isto.


A mesma exaustão, mas com 0% de álcool, nenhum sexo, e putos na casa de banho em vez de tigres ou macacos. Ou seja, eu e a excelentíssima esposa estamos constantemente dentro de um filme. Só que ninguém quer ver a nossa versão de A Ressaca. Enfim, é a vida. Ou então, um azar do caraças.


9 comentários:

  1. A única vantagem de manter (a 90%) os horários durante as férias dos miúdos é mesmo não custar muito o ajuste a seguir (embora a mudança da hora tenha tido os seus efeitos, a malandra)!

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  2. Não sei se ela vai gostar desse autotanque.

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  3. E porque é que temos de ser sempre nós a combater as frentes???
    O meu marido tem o sono assim pesado como o JMT… que raio.

    Temos o mafarrico, de 6 meses, ainda no nosso quarto (o dele já está em andamento) e mal o ouve a chorar. Só quando regresso à cama é que diz, de olho meio aberto/meio fechado: hummm, precisas que vá fazer um biberão?!

    'Ca nervos!!! E só falo de uma criança = uma frente. Não imagino 4 frentes!!!

    Força Teresa! Meninos poupem a vossa mãe! Pai, continue a mimar a mãe!

    eheheheh ;)

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  4. "E porque é que temos de ser sempre nós a combater as frentes???"

    Só mandei «a boca» pró barulho! Aliás nem me posso queixar. O meu marido tem sido exemplar, a divisão de tarefas tem valido a pena p/ a nossa sanidade mental dada à nossa realidade diária e projectos em que estamos envolvidos.

    Mas já ouço as respostas: mãe é mãe, blá blá! Mas é verdade, sabemos sempre dar "aquele" jeitinho, o miminho, a fralda, a meia-luz, a porta do quarto entreaberta…

    É inevitável, julgo eu!

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  5. Não tenho quatro...só dois mas compreendo muito bem do que falam...!
    Adorei ler e identifiquei-me com muitos dos momentos descritos.
    Obrigada pela partilha!
    Maria

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  6. Obrigada pela gargalhada em fim de noite!! Até apresentei o blog ao meu marido que não percebia porque estava eu a rir para o Ipad!!

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  7. Eu só tenho dois e sinto que à noite não fazemos mais nada senão cuidar das crianças. E ainda são pequenos, não temos que estudar com eles, mas é um ritmo tão intenso e maluco que é difícil até explicar.
    É pesado pois estamos já todos cansados e com sono e cada um fazendo birra a sua maneira.
    Dificilmente consigo conversar com o meu marido sem umas 25 interrupções, e não é discutir a relação, é simplesmente contar algo que aconteceu no dia. Parece que eles tem uma dose de energia para gastar e durante o jantar tem que utilizar as últimas doses, ficam animadíssimos.
    Uma vez fomos até à Expo, chegando lá vimos que os dois dormiam no carro, pedi ao meu marido: ¨Vamos pela estrada, conduz sem parar enquanto eles dormem, vamos ficar em silêncio, só ouvindo uma música!¨ Fomos até Santarém! E olha, foi bem agradável.

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  8. Lá por casa também sou só eu a apagar o fogo e por agora é só um até Maio. Em breve vou ter o dobro do trabalho com a agravante de ter um marido que trabalha por turnos e que também teima em ter o sono pesado.

    Ana

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