terça-feira, 19 de março de 2013

O melhor pesadelo do Dia do Pai

Acabei de acordar estremunhado de um pesadelo horrível. Vivia no raio de uma realidade paralela em que eu e a Teresa tínhamos tido em tempos uma relação mas não nos chegámos a casar, e a vida de cada um seguiu para seu lado. Já não me lembro dos detalhes, mas sei que nos voltámos a ver anos mais tarde, por mero acaso, como dois antigos amigos que se reencontram na rua. E a última imagem que retenho, antes de acordar super-angustiado, é de estar à porta de um prédio, a chamar um elevador. Era ali que a Teresa morava, e foi aí que ela se cruzou com o seu marido. E já não sei porquê, começaram a discutir por causa de um assunto doméstico qualquer, comigo ao lado muito caladinho. Também havia um par de filhos, com os quais não me lembro de interagir, que não eram meus mas dele. So fucking creepy!

Eu raramente me lembro de sonhos ou pesadelos, mas neste caso acordei num pulo e com uma sensação horrível de ter passado ao lado de toda a minha vida. Logo eu, que não sou nada sentimentalista nestas coisas. Felizmente, quando olhei para a esquerda tinha um mini-cocuruto a sair do lençol, e a Teresa ao seu lado. Nem sei como é que a Rita foi parar à minha cama, e de um modo geral detesto invasões de filhos em lençol alheio. Mas desta vez não. Que bom eles estarem ali. Eu ando cansadíssimo por causa do trabalho e de mais um bebé, mas imaginar que existia desligado da minha família deve ter sido a coisa mais abominável que me passou pela cabeça nos últimos tempos.

Suponho que este pesadelo tenha sido uma espécie de prenda perversa que o meu inconsciente resolveu oferecer ao meu consciente no dia de hoje: "Estás sempre a queixar-te da família, não é? Então toma lá esta prendazinha onírica: imagina que ela não existia. Ou melhor ainda: imagina que ela existia mas não era tua. Feliz Dia do Pai!"

Chiça. Obrigadinho, ó inconsciente. És um amigo do caraças.


9 comentários:

  1. Acho que ao meu marido faria bem um sonho assim... desde que o sentisse como pesadelo também, e não o contrário!

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  2. Para iniciar este comentário, escrevo e apago, escrevo e apago... É que este post encheu-me tanto o coração que nem sei por onde começar. Mas acho que me vou ficar por aqui:
    FELIZ DIA DO PAI!

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  3. Existe um filme que é um pouco o pesadelo que relatou mas inverso: um homem de negócios muito bem sucedido, solteiro, acorda de repente numa vida familiar classe média baixa, com a antiga namorada e uma série de filhos. O que ao princípio parece um pesadelo torna-se uma realidade a que ele se habitua e mais tarde se apaixona. A questão é nada daquilo é real... O filme chama-se "The Family Man" ou "Dois Destinos".

    Feliz dia do Pai

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  4. Esse pesadelo dava uma história incrível… :)

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  5. Foi uma visita do espírito do Dia do Pai futuro?

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  6. Ahahah eu devia ter sonhos desses para dar graças a tudo o que tenho... que bela prenda, a consciência de uma familia unida e maravilhosa. Esse seu subconsciente é tramado!

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