terça-feira, 5 de março de 2013

Dilema dos amantes

Após um breve comentário sobre fidelidade, uma amiga minha chamou-me a atenção para uma belíssima entrada do mais recente volume da Enciclopédia da Estória Universal, que o Afonso Cruz anda a produzir (ou a coligir) com todo o talento e imaginação que se lhe reconhece. Essa entrada chama-se "Dilema dos amantes", e é sobre uma mulher que confessa um dia ter-se apaixonado por um homem casado. Até que a certa altura percebeu o seguinte:

Se ele a enganar, é porque não tem carácter, e não o quero. Se não a enganar, quero-o, mas jamais o terei.

Eis um magnífico paradoxo conservador. Tão bonito. E infelizmente tão fora de uso.


6 comentários:

  1. Boa noite. Tive de fazer uma pausa na correção dos testes para lhe contar que hoje um aluno do 8º ano apresentou a sua crónica dos 40 anos como se fosse ele o cronista. Meio sério, meio divertido, lá falou dos seus (dele) cabelos brancos e da preocupação com a próstata!

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    1. Ah, ah, ah. Mas ele estava a gozar ou fui mesmo plagiado por um puto de 14 anos?

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  2. "Dilema dos amantes" poderia chamar-se "Dilema-diamante", tal o valor do dilema - valor esse que se deve à raridade e excecional qualidade do mesmo...

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  3. JMT, porque acha que é tão fora de uso?

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  4. É verdade, infelizmente já não é um dilema para (quase) ninguém. O carácter foi substituído pelo vale tudo...

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  5. Andreia: não foi ainda.

    O simétrico existe (ainda): Tendo carácter, abandonar tudo e ficar sem nada.

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