O tempo que um gajo gasta a dar assistência técnica aos seus filhos deveria ser mais valorizado pelas nossas excelentíssimas esposas. Para os meus filhos eu sou uma espécie de linha informática de valor acrescentado, só que em vez de ligarem 760 qualquer coisa limitam-se a gritar "papá, preciso de ajuda!" Nunca é "mamã, preciso de ajuda!", é sempre "papá, preciso de ajuda!". E isto às horas mais tristemente madrugadoras, ao ponto de me arrancarem da cama para enfrentar, todo estremunhado, questões técnicas altamente complexas como o carregamento dos Invizimals na PSP ou a colocação de Skylanders no portal para permitir que dois deles possam jogar ao mesmo tempo.
Este tempo nunca é devidamente tido em conta na contabilidade doméstica. Como a excelentíssima esposa me vê agarrado a comandos da Wii e a consolas, conclui imediatamente que eu estou divertidíssimo a brincar com eles. Pois não estou nada. O que eu estou a fazer é tentar enfrentar a tecnologia do século XXI com uma pobre cabeça produzida em 1973, e que quando era adolescente se limitava a carregar cassetes do Match Day no ZX Specturm. Não havia nada destas parafernálias tecnológicas, de tal modo variadas que um gajo precisa de mestrados em Skylanders e doutoramentos em Invizimals para aprender a dar um murraço na cabeça de um mau qualquer. Ainda para mais, as modas mudam a velocidades estonteantes.
Neste preciso momento, por exemplo, tenho três tipos a arrastarem-se pelo chão da sala à procura de bichos digitais supostamente invisíveis.
Dentro em breve, algum deles irá gritar: "papá!, há aqui uma parte que eu não percebo e não sou capaz de fazer!" É só começar a contagem decrescente:
3...
2...
1...
cá está.
Não é que eu me queria livrar deste género de obrigações. Mas exijo que no contrato caseiro elas sejam muito mais valorizadas do que fazer ovos estrelados ou pôr a máquina da roupa a lavar. É trabalho super-qualificado, é sempre o mesmo desgraçado a fazê-lo, e cada intervenção deve ser equiparada, no mínimo, a passar a ferro três camisas, dois pares de calças e quatro vestidinhos de bebé. A exploração do pai pela criança - com a conivência da mãe - tem de acabar.
Estabem!dou a mão á palmatória, também não valorizo muito a assistencia do tecnico particular cá da casa.
ResponderEliminarObrigado por relembrar a sua importancia.
Um abraço e tudo de bom para voçês
Falta incluir aí a quantidade de horas prestadas em assistência técnica à esposa, que para além do computador, inclui o smartphone, bem como todas as máquinas de lavar qualquer coisa e outros electrodomésticos de menor dimensão (para não falar do automóvel)! :-)
ResponderEliminarIsso é tão verdade, caro Abominável...
EliminarHAHAHAHAAH essa está mesmo boa!!! Mas aqui para nós... vocês dizem que não gostam mas.... será mesmo assim??? É que lá por casa acontece o mesmo mas dps nas horas vagas dou com o pai a jogar os joguinhos deles e a vibrar e a dar pontapés numa bola imaginária... venham cá dizer que é um grande frete... é... é... vocês gostam!!! ah se gostam... eu cá!!! Não tenho pena nenhuma vossa!!!! ahaahahahahah
ResponderEliminarBom ano!!!
Rita
http://eraumavezomeusonho.blogspot.pot
Já cá faltava esta...como há pouco mais que possa pontuar os pobres papás, tão cansados e sem paciencia, agora a assistência técnica é uma forma de paternidade super valorizada. Isto só pode ser culpa do "y". Explicará melhor a mãe? ;)
ResponderEliminarAbraços...
a ser assim porque é que a ideia de lhes oferecer essas maquinetas, parte sempre dos pais? Não será já pensar nos momentos de "assistencia tecnica"?? Eu acho que os pais acabam por se viciar mais que os filhos. Beijinhos e boas assistencias
ResponderEliminarComo já me fartei de rir, já quase não me restam forças para comentar!... Mas, parece-me que a equiparação, entre outros, a QUATRO vestidinhos de bebé, é exagerada! É mesmo de quem não sabe o que custa passar um vestidinho de bebé!!!
ResponderEliminarCusta muito menos do que passar o oitavo nível do Super Mario Bros :-)
EliminarAdorei o texto. Muito bom.
ResponderEliminarhomem sem blogue
homemsemblogue.blogspot.pt
O problema é que para tudo o resto é Oh mãaaaaaaaaaaae!!!
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