segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Passar-se da cabeça faz muita bem

Hoje de manhã estava a regressar a casa depois de largar os miúdos na escola e escutei por acaso a rubrica da Antena 1 "O amor é...", com o professor Júlio Machado Vaz e Inês Meneses. O lançamento da rubrica dizia assim: "Um estudo alemão indica que as pessoas que têm mau feitio vivem mais anos." Gostei imediatamente da ideia, até porque é perfeitamente coerente com o facto de as mulheres enterrarem quase sempre os maridos.

Cheguei a casa e fui à procura de mais detalhes sobre o estudo. Pareceu-me bastante respeitável, mas a questão está menos no mau feitio do que na exteriorização dos sentimentos. A tese é esta: as pessoas com o coração ao pé da boca conseguem rapidamente pôr cá para fora aquilo que as está a chatear por dentro (isto em linguagem pouca técnica, digamos assim), enquanto aquelas que interiorizam tudo acabam por aumentar os seus níveis de ansiedade e dar cabo da tensão. A longo prazo, tensões altas acabam por estimular o aparecimento de uma vasta panóplia de maleitas, de problemas cardíacos a doenças cancerígenas.

Daí - diz o estudo - que os extrovertidos italianos e espanhóis vivam em média mais dois anos do que os introvertidos ingleses. (Embora passar mais tempo de papo para o ar na praia, digo eu sem estudos, também deva dar uma ajudinha.)

Mas o que importa aqui para o caso é isto: da próxima vez que andar aos gritos com os seus filhos, a sua mulher ou o seu marido (acontece muito cá por casa), tem a partir de agora um belíssimo argumento para se consolar: "Estou A PASSAR-ME COMPLETAMENTE DA CABEÇA, mas felizmente isto vai ajudar-me a viver mais anos."


1 comentário:

  1. Gostei!
    E para muito vai servir de desculpa muitas vezes,rs...rs...rs...
    Mas a verdade é que falar do que nos preocupa e do que sentimos é realmente muito bom e ajuda muito a vivermos melhor, eu que o diga.
    Um abraço

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