terça-feira, 7 de maio de 2013

4860 vitórias no Dia da Mãe

O dia da mãe é um dia mágico para todas as mães e filhos, especialmente quando estes são pequenos.
Os miúdos mal conseguem adormecer com a excitação e assim que abrem um olho de manhã saltam para cima da cama dos pais para mostrar os seus lindos presentes e desenhos, tão ansiosamente guardados, com a cumplicidade do pai, desde sexta-feira.

Este ano não fugiu à regra e inundaram-me de cartas, desenhos e marcadores de livros. Até tive direito a um urso desenhado pelo Gui, em relevo (com um recorte a simular o rabinho do urso), para lhe poder fazer festinhas.


E não podiam faltar os presentes preparados pela escola: uma taça de barro feita pelo Tomás com o oleiro que foi à escola; um conjunto de licor de hortelã, alfazema e sal de especiarias preparados pela Carolina com ervas aromáticas da horta da escola e a ajuda preciosa da mãe de um colega; e uma carteira reciclada feita com um pacote de leite pelo Gui.


Isto para não falar nas prendas que o papá comprou com a ajuda deles. Tudo para eu "ficar mais vaidosa", como diz o Gui. Eles bem querem que eu use sempre anéis e pulseiras (pouco compatíveis com a minha vida profissional e familiar), ou que use saltos com frequência (por mais vontade que tivesse falta-me a perícia para fazer maratonas ou sprints de andas), só que não têm sorte nenhuma.

Mas este ano o dia da mãe também foi dia de despedidas. A Ritinha já tem 8 meses e vai ser a última bebé da família que poderei amamentar. Eu, que sou acérrima defensora da amamentação, sempre me esfolei para conseguir amamentar todos os miúdos (sem exclusividade a partir dos 5-6 meses, devido às obrigações profissionais), até aos 9-12 meses. E por isso nunca houve latas de leite de transição cá em casa antes dessa altura, contra a vontade do papá da casa, que sempre achou mais prático enfiar com um grande biberão pela goela dos miúdos abaixo, para não ter de assumir as consequências do aleitamento que, raras vezes, sobravam para ele.

(Com este comentário estou a arranjar lenha para me queimar. Estou mesmo a ver o João a escrever um post a queixar-se dos intermináveis - cinco - minutos que teve que entreter a Rita enquanto eu não chegava a casa, ou da interrupção do seu sono de beleza com uns gemidinhos de bebé enquanto a mãe se ajeitava na cadeira a meio da noite para lhe dar de mamar.)

As vantagens da amamentação, a curto e longo prazo, são imensas, tanto para a mãe como para o bebé. Toda a gente sabe que o leite materno é o alimento ideal para os pimpolhos, e quando corre bem o acto de amamentar proporciona momentos maravilhosos e irrepetíveis para ambos.

Mas manter a amamentação em exclusivo, e depois como complemento da diversificação alimentar, é tudo menos piece of cake. A subida do leite pode ser de enlouquecer se não se investir na correcta expressão do leite (quer pelo bebé, quer com a ajuda das mãos ou de uma bomba - sem estimular demais a produção), em técnicas de relaxamento materno (que podem passar por colocar um letreiro à porta de casa a proibir a entrada de visitas, por enfiar uma rolha na boca de quem questiona se o nosso leite será fraco, ou por uma boa sessão de massagem das costas e pescoço) ou por truques que favoreçam a saída do leite ou o alívio da dor e edema (por exemplo, com compressas mornas antes da mamada e frias depois).

Aprender a posicionar o bebé e o bebé aprender a adaptar-se à mama da mãe (aquilo a que nas maternidades se chama horrivelmente uma boa "pega") nem sempre é simples, mas evita muitos dos grandes e mais frequentes problemas da amamentação. A anatomia da mama tem muito mais que se lhe diga do que o Rouvière (o livro básico de Anatomia da maioria dos estudantes de Medicina) ou o catálogo da Playboy sugerem, e apesar de não constituir barreira à amamentação, um mamilo plano ou muito gretado é merecedor de uma autêntica estátua em ouro quando o aleitamento materno é bem sucedido. Isto já para não falar na recuperação de uma mastite! Superar uma mastite e continuar a amamentar é perfeitamente possível (mas incrivelmente doloroso), só que infelizmente não acontece com muita frequência.

Tudo isso passará a fazer parte do meu passado, em breve.


No dia da mãe demos o primeiro biberão de leite "de lata" à Ritinha porque comecei a perceber que algures por entre a correria do dia-a-dia ela deixou de se sentir satisfeita com o meu leite. E lá tive de fazer a vontade ao João e pedir-lhe para ir comprar uma lata de leite de transição. Acho que eu teria tido alguma dificuldade em trazer a lata para casa porque, apesar de não ter sido fácil manter a amamentação com o meu ritmo de vida e algumas das dificuldades de que falei acima, tê-lo conseguido sempre foi um motivo de grande orgulho para mim. E devia sê-lo para todas as mães.

Lembro-me de ter ficado surpreendida por o nosso pediatra me ter dado os parabéns pelas 360 vezes que amamentei com sucesso a Carolina quando ela fez dois meses de idade. Mas ele tem toda a razão. O aleitamento materno é uma verdadeira cruzada e, até agora, (pelas minhas contas, quatro filhos depois) as minhas 4860 vitórias são um número que merece ser devidamente comemorado. E eu irei celebrá-lo com especial orgulho toda a minha vida!


19 comentários:

  1. Gostei muito, mesmo! Adorei a parte "por enfiar uma rolha na boca de quem questiona se o nosso leite será fraco" e lamento ter-me deixado levar por essa e por outras quando os meus filhos eram bebés. No entanto, apesar de introduzir suplemento, continuei a dar-lhes de mamar até não quererem (a primeira deixou de querer quando eu engravidei da 2ª; a 2ª já só estava a mamar uma vez ao dia e eu dei o "empurrão" para parar aos oito meses, confesso; o terceiro mamou até quase aos 17 meses) e isso também me deixa orgulhosa. E especialmente porque o começo (entenda-se mais de duas semanas) foi muito difícil das três vezes.

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  2. Eu adoro dar de mamar. Tive bastante apoio e ajuda de uma enfermeira quando nasceu o meu primeiro filho há 3 anos e não podia estar a correr melhor com o meu bebé que nasceu faz hoje 15 dias. Sou super a favor da amamentação e é uma grande alegria para mim amamentar os meus filhos em exclusivo nos primeiros meses de vida. Bjs

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  3. Que descrição maravilhosa.

    Também já ouvi boquinhas, do tipo:
    - ainda dás de mamar?? (há 8 meses)
    - como? se sempre deste suplemento?
    - ui, ele já tem vicio da mama
    - tchii, faz da tua mama chupeta
    - a sério? três mastites e ainda continuas com vontade e prazer de amamentar?

    'Ca nervos… mas não me deixei levar.
    Quando na véspera do 25 de Abril detectei os dentinhos a nascer desatei a chorar. Só pensava: meu deus filho, já estás a ficar um rapazinho.
    Mas na verdade o meu pensamento era: vou ter que deixar de dar de mamar?????????????? Não queroooooo!!!!

    Apesar de ser, às vezes, dolorosíssimo o elo e aquela ligação que criámos ainda se mantém, e também me sinto muito orgulhosa.

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  4. Nem imagina como a invejo... A minha primeira filha mamou 3 semanas (depois de literalmente ter mamado sangue, tal era o estado dos meus mamilos, acabei pir desistir); o meu segundo filho mamou 2 semanas (uma mastite com direito a febres altas e delírios aniquilou o meu empenho) e o meu terceiro e último filho conseguiu o recorde de mamar 3 MESES!!!!! Mas o rapaz nunca estava satisfeito... A isso juntaram-se os comentários simpátios e animadores da minha "querida" sogra, relativamente à qualidade do leite, pelo que acabei por desistir. Por isso a invejo...

    Parabéns pelo blog!

    Mafalda

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  5. Parabéns, concordo plenamente! Sou também uma entusiasta da amamentação, o meu filho mais velho mamou até aos 15 meses e a minha mais nova (que consegui amamentar em exclusivo até aos 6 meses, vantagem de estar em casa...)vai fazer 16 meses e não parece ter intenções de largar a mama tão cedo. Apesar dos desconfortos que pode motivar, é tão bom que compensa tudo.
    Agora dar de mamar a 4... bem, parabéns mesmo!

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  6. Teresa, alguns pediatras aconselham as mães a tirar o leite com bomba e depois dar de biberão... Faz-lhe sentido? Aconselha também?
    Pergunto isto porque, apesar de ainda não ser mãe, nem estar a fazer planos de o ser tão cedo, faz-me alguma impressão ver os bebes a mamar, parece-me ser algo doloroso...

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  7. Eu vou comentar a "não amamentação"...

    Tenho 2 filhos lindos, gémeos... e desde o primeiro momento em que sonhei conhece-los, sempre juntei a esse sonho o da amamentação! Infelizmente e isto é algo que não nos explicam na maternidade, pode ser possível não conseguir amamentar! Eu infelizmente demorei um mês até descobrir e finalmente dar-me espaço para amar os meus filhos em pleno sem me sentir culpada!
    Durante um mês... dormi apenas 1 hora entre cada mamada e chorei sempre que não conseguia "arrancar" leite nem com bomba... porque a equipa médica e de enfermagem me dizia ser falta de convicção!!
    Para as novas mães... há motivos físicos que nos impedem de amamentar... no meu caso, um hipertiroidismo que surgiu na gravidez e que me levou a uma cirurgia de remoção completa da tiroide após algum tempo e uma mamas (com canais gigantescos) que exigem avaliação anual...
    Defendo a amamentação em pleno, mas nenhuma mãe é menos mãe por não o poder fazer... o amor é incondicional e... contrariamente ao que se diz... é possível não conseguir amamentar!
    Peço desculpa pelo comentário, mas depois do que eu senti... gostava que alguém me tivesse dito isto antes de eu ter sido mãe!

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  8. A minha experiência com a amamentação foi muito positiva e correu de forma exemplar com os meus dois filhos. Mas foi uma verdadeira missão. Em ambos os filhos terminei a amamentação quando completaram os 12 meses. E a sensação de liberdade? Parabéns por ter conseguido amamentar 4 filhos!

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  9. Olá!
    Também tenho 4 filhos, mas com uma pequena diferença à terceira tive gémeos! :)
    Tenho a Matilde com 8 anos, a Marta com 5 anos e agora o Simão e a Madalena com 6 meses.
    Consegui amamentar as mais velhas até aos 6 meses e meio em exclusivo (isto porque consigo trabalhar a partir de casa!) e até 1 ano juntamente com outras comidas.
    Os gémeos mamaram em exclusivo até aos 4 meses e meio (com exceção dos primeiros 2 dias em que não consegui ter leite suficiente), quando passaram a comer uma sopa por dia. Agora aos 6 meses comem 2 sopas por dia e continuam a mamar!Mas desde que nasceram, que cada vez que choraram ouvi: "Se calhar é o leite que está fraco!!!" Que raiva! Mas não desisti e considero-me muito sortuda, só o que poupo com latas de leite!!!
    Claro que quem não consegue dar de mamar não deve ficar triste não depende só da nossa vontade, mas permitam-me que eu fique muito FELIZ por conseguir dar de mamar e a gémeos!!!

    Muitas felicidades e boa continuação! Revejo-me em muitas das vossas aventuras! :)

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  10. Sem dúvida que é uma vitória, dar de mamar a quatro. Parabéns!
    Tenho muita inveja, pois eu não fui bem sucedida, nem à primeira, nem à segunda vez. E a experiência causou-me bastante angústia, basicamente porque só com o meu leite as minhas filhas não ganhavam peso suficiente. Da primeira vez atribuí o fracasso à minha falta de conhecimento. Estava completamente alertada para subidas de leite dolorosas, mastites, mamilos gretados, etc., menos para uma possível escassez de leite, e não sabia que dar de mamar podia implicar deixar o bebé horas a fio na mama, com intervalos de 20 minutos. Dei de mamar até aos 4 meses, combinado com leite adaptado e durante os 4 meses ia sempre estimulando com a bomba.
    À segunda, já mais alertada, dei tudo por tudo e encorajei a minha filha a estar o tenpo que quisesse na mama. Praticamente não saia de casa e não permiti muitas visitas para evitar o escrutínio de outros. Apesar de correr melhor, ela não ganhava peso suficiente. O pediatra sugeriu desde as 3 semanas que desse suplemento. Lutei contra isso o mais que pude, até que aos dois meses, consumida pela culpa de ver a minha mais nova a não ganhar peso e de ver o impacto que a minha "obsessão" estava a ter na minha mais velha, tive que deixar entrar o suplemento. O sentimento de culpa deu lugar a um sentimento de fracasso. Chorei muito. A mais nova tem agora 4 meses e ainda estou em processo de apaziguamento com tudo isto e continuo a questionar-me sobre o que podia ter feito de forma diferente.
    É curioso, porque antes de ser mãe, nunca pensei muito neste tema e nunca pensei que não conseguir dar de mamar exclusivamente me pudesse causar tanta angústia. Mas dar de mamar é realmente prolongar uma ligação física e abrir mão disso dói. É emocional e não racional. Quando o pediatra me disse, com o ar mais natural do mundo "vamos começar a dar suplemento", o que eu ouvi foi "vamos romper este laço mãe-filha". Será que os pediatras têm noção disto? Se calhar têm, mas estão mais preocupados com o peso dos bebés, o que também é compreensivel.
    Desculpa-me o comentário enorme. Foi mais desabafo do que comentário, na verdade.

    De todo o modo, parabéns, mais uma vez!

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  11. Obrigada, mil vezes obrigada pelas considerações sobre a amamentação.
    Ass: mãe da Diana de dois anos ainda a ser ocasionalmente amamentada; mãe assistente de bordo que já lidou com todo o tipo de preconceitos.
    Obrigada do fundo do coração.
    Isa david

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  12. Parabéns Teresa! E a todo o esforço de todas as mães em prol da amamentação. Eu tive tudo a que tinha direito, subidas de leite violentas, mastites, feridas e gretas, excesso de leite, noites sem dormir para tirar leite com chuveiro, bomba ou massagens (e massagens dadas por terceiros incrivelmente dolorosas). Ao terceiro filho já não havia massagem que não soubesse fazer, já evitei e minorei sozinha todas as partes menos boas. Apesar das partes menos boas, amamentei os três respectivamente 12, 9 e 8 meses, sempre em exclusivo até aos 5/6 meses, altura que regressei ao trabalho e eles foram para o infantário. O mais velho até aos 9/10 meses não bebeu de outro leite, pois eu tinha largas reservas de leite meu congelado que lhe mandava e tirava com bomba no trabalho todos os dias, enquanto tive para tirar. Valeu tudo a pena e faria tudo outra vez. E sim, encaro este percurso com orgulho. Já agora, o meu marido gostou tanto ou mais que eu deste percurso, pois diz que assim lhe deu muito menos trabalho ;)

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  13. Estao todos a falar da amamentação, mas para mim o mais bonito das prendas do dia da mãe, é o postal q diz "Felis dia da mãe"

    LOL
    Beijinhos

    Rita

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  14. Parabéns Rita e todas as mães que lutaram.

    Até agora todos os comentários parecem ter sido de mães, as que sentem esse laço mágico e todas as dores e trabalhos que lhe estão associados. Nós, os pais, sentimo-nos pequenos perante esse mundo que implica dor, canseiras intermináveis e um infinito de amor entre mãe e bébé (e um pontinha de inveja:)
    Mas também sofremos, à nossa maneira, quando percebemos o que está em causa. E, sem fazer comparações, com um pequenino sofrimento exclusivo de sentir uma certa impotência.
    As primeiras semanas de vida do nosso primeiro filho (agora com 9 anos) foram muito traumáticas e ainda hoje nos trazem recordações profundamente dolorosas. E muito teve a ver com a falta de informação no Hospital.
    Tendo nascido de cesariana e prematuro, o nosso primeiro e a mãe só vieram para casa após 5 dias, tendo estado todo esse tempo apenas com amamentação. E o T. adormecia na mama... E... não tendo sido pesado à saida, não se constatou logo alí que tinha perdido muito mais peso do que é normal acontecer nestes primeiros dias cá fora. Se tal procedimento tivesse sido executado, teria sido imediatamente detectada a sub-nutrição e desidratação. Em casa, a mãe continuou a dar apenas a mama.
    Agora, ao olhar para as fotos desses dias sentimos remorsos e pensamos: "como foi possível não repararmos como estava magrinho e pouco reactivo???". Mas na altura, sendo prematuro e estando sempre a olhar para ele, não notávamos a evolução negativa. que já nem tinha forças para sugar... E poderia ter acontecido uma catástrofe. Foram depois duas semanas na incubadora, na MAC. E a mãe a lutar para usar a bomba e conseguir extrair algo que fosse, às horas que fosse!
    No meio desta tristeza sinto um pequeno orgulho quando a mãe diz que foi graças ao meu encorajamento(o pai) que não desistiu de lutar. E que o leite aumentou.
    E a mãe teve que lutar contra a indiferença e a censura de (imagine-se) enfermeiras da MAC que olhavam para os mililitros arrancados a custo, com a bomba, e diziam "só isto? Não vale a pena guardar!", enquanto a mãe, exausta, se sentia profundamente triste. Uma médica assistiu a tal disparate agressivo e censurou a enfermeira dizendo: "Isto é ouro! Por pouco que seja, guarda-se no frigorífico e dá-se ao bébé!".
    A partir dessas primeiras semanas o T. nunca mais pode deixar o suplemento, mas continuou a mamar. E uma das fotos mais belas que temos é a do T. a mílimetros do mamilo, com aquele sorriso beatífico que só os bébés felizes têm...

    Para quem conseguiu ler este desmesurado comentário até aqui, espero não terem dado o tempo por perdido...

    E, mais uma vez, parabéns!!

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    1. V, fiquei emocionada ao ler o que escreveu... Devem ter sido momentos muito difíceis e não entendo como alguns profissionais de saúde (eu tambem sou) conseguem ser tão insensíveis... Parabéns pela força que tiveram!
      Eu tenho um menino que faz agora 12 meses e ainda mama. É realmente algo muito bom!
      Ana Luísa Cunha

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  15. Não pude ficar indiferente a este post porque ao lê-lo (e aos comentários) acabei por fazer uma retrospectiva do meu percurso com a minha filha (que tem agora 9 meses).
    Este foi o nosso primeiro dia da mãe em que procuramos honrar essa data da forma menos consumista possível. As prendas feitas com o esforço dos nossos filhos são, de facto, os nossos maiores tesouros e que fazemos gosto de ostentar!!
    Mas gostei especialmente do elo de ligação entre o dia da mãe e a amamentação. Revi-me na beleza desse gesto que para mim foi tão importante. Mas também me revi na frustração de nunca ninguém nos dizer que não é simples como parece, que nem sempre é natural como a nossa sede, nem o leite pode chegar ou ser suficiente. Não quero recordar os meses que amamentei como sendo desagradáveis. Pelo contrário, para mim foram muito recompensadores e tive pena que o leite desaparecesse no momento em que voltei a trabalhar. Mas foi uma luta, muito grande, contra a minha própria mente, os comentários idiotas, as comparações inevitáveis e principalmente a lutar contra o fundamentalismo que me incutiram de que dar leite materno era uma obrigação da mãe.
    Não foi falta de vontade, chorei imenso no dia, ainda na maternidade, em que tive que dar suplemento porque ela tinha perdido mais de 10% do peso ponderal. As dores nos meus mamilos não eram maiores do que as dores que sentia na alma, de que o sentimento de incompetência que eu sentia.
    Por isso admiro muito quem é capaz de seguir em frente nestas batalhas, que consegue de facto amamentar de forma exclusiva mas admiro ainda mais quem, pondo o bem-estar do bebé em primeiro lugar, ultrapassa estas crenças derrotistas e procura formas de criar laços para lá da amamentação. Aproveito para vos felicitar pelos momentos de partilha que aqui vão deixando para nós lermos! Parabéns!

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  16. Parabéns Teresa! É fantástico!
    Daquilo que tenho lido neste e noutros blogs e pela minha experiência, julgo que o que é importante, de uma forma resumida, é descomplicar quando não corre bem, procurar soluções e alternativas e sobretudo deitar fora os sentimentos de culpa, vivendo com plenitude os momentos mágicos da chegada do bebé! A partir daí só pode correr bem!
    As decisões em conjunto (leia-se pai e mãe) também são importantes, assim como boa informação, a partir daí ninguém tem nada que julgar!

    Sugiro dois posts divertidos do blog À Paisana
    http://www.apaisana.com/2013/05/07/os-beneficios-da-amamentacao-ban-ki-moon-e-as-talibas-do-peito/

    E Locais Habituais
    http://locaishabituais.blogspot.pt/2012/05/deixai-as-nossas-mamas-e-as-nossas.html

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  17. Boa noite Teresa!
    Tenho uma bebé com 4 meses, e até aqui tenho amamentado em exclusivo. Os primeiros 15 dias não foram nada fáceis... estava mesmo muito motivada para amamentar, houve um ou outro percalço pelo caminho mas foram superáveis (ao quinto dia de vida às 5 da manhã, depois de a Mariana ter mamado, quando olho para ela tinha a boca cheia de sangue, o babygrow... e eu fiquei em pânico a achar que ela não ia tolerar o sangue no leite, mas ficou sempre bem disposta e o vaso que rebentou acabou por cicatrizar, e a Mariana está hoje com 7kg e 64cm, só com a amamentação! É preciso coragem para não desistir ao primeiro incidente...
    Parabésns!!!

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  18. Parabéns! O meu Gui tem 7 meses e também ainda mama, não conhece outro leite a não ser o meu. Sei que tive sorte pois os obstáculos não foram muitos e eu estava determinada em superá-los. Gretas e fissuras e aqueles comentários a que nos habituamos a ignorar sobre o nosso leite ser bom ou mau, muito ou pouco...O Gui nasceu pequenino, com 2.640 kg e o meu receio é que não tivesse ainda força para mamar, mas veio ao mundo esfomeado e ninguém teve que lhe ensinar nada, nem pega, nem nada, é um despachado.
    Também escrevi um tópico pequenito sobre amamentação, para quem quiser espreitar: http://amaefilosofa.blogspot.pt/2013/04/quem-nao-chora-tambem-mama.html

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