domingo, 3 de março de 2013

Tão perto, tão longe



Eis o meu texto de hoje na revista do CM, escrito com a língua de fora:

Acabada a licença de maternidade, a Teresa voltou ao trabalho no hospital, e com isso o frenesim da nossa família deu mais um passo em direcção à estratosfera. Estas fases em que há um filho muito bebé para criar enquanto se trabalha de sol a sol é de uma tal violência física e psicológica que às tantas já não sabemos em que terra andamos. Junte-se a isso um par de viroses típicas do Inverno, com febres nocturnas e miúdos obrigados a ficar em casa, um bebé com o nariz mais entupido do que a rotunda do Marquês à hora de ponta, e um bando de filhos a acordar em cânone (agora acorda um, cinco minutos depois outro, 10 minutos depois o terceiro, e por aí fora), e o que acontece é um homicídio em massa de neurónios e de paciência – nada é mais duro do que estar a adormecer e a acordar em constante intermitência, num pára-arranca de sono que arrasa qualquer um.

Isso reflecte-se em tudo: na paciência para aturar os filhos, na paciência para eu e a Teresa nos aturarmos um ao outro, ou na simples incapacidade para termos uma conversa com princípio, meio e fim (...).

O resto do texto pode ser lido aqui. A ilustração é do José Carlos Fernandes.

7 comentários:

  1. Muito obrigada por nos fazerem sentir uma família tããooo normal!

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  2. Toda a minha solidariedade e agradecimento por ver que há mais no mundo quem nos compreenda e partilhe das nossas rotinas.

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  3. Pois esta coisa de acordar de noite tb me mata mesmo! Chego a pensar que nunca mais vou dormir mais que 3 horas seguidas

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  4. Meu deus, é a loucura. Tambem sei o que é isso, mas em modo mais contido, são "só" dois, com 11 anos de diferença.Não é fácil.Tambem partilho da opinião em que os poucos neurónios vivos a certas horas, acabam por desaparecer :)
    Força aos pais de quatro.

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  5. Estive a ler o artigo todo, adorei :) é tal e qual como diz, e a tempestade há-de passar. Parabens pelo artigo.

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  6. Afinal é assim com mais familias além da minha... Ceus!!! Acpordar de 15 em 15 minutos é o que me mata!!! Mas morro feliz!Elas são uns doces... Agarra-te ao mastro João...! :)

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  7. Força, João! O que custa mais são os primeiros 18 anos ... de cada um;)! Tomo a liberdade de lhe colocar aqui um link para uma colecção de livros que eu acho que é completamente a vossa cara. Será que conhecem?? Têm quase tanta graça como vocês ;) http://www.editorial-bizancio.pt/coleccoes.php?col=15&id=247 Espero que gostem!

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