Diz a Marta Dinis:
Tenho estado a ler atentamente os posts sobre este tema e, na verdade, não posso discordar mais. As pessoas devem ficar juntas porque é isso que querem e não apenas porque assumiram um compromisso. O problema de muitos relacionamentos é precisamente esse: centram-se no compromisso e nos planos para o futuro.
Olho à minha volta e, do alto dos meus 35 anos, vejo amigos que continuam (bem) casados, amigos que se divorciaram e recomeçaram uma nova vida (sozinhos ou acompanhados); alguns que continuam solteiros (por opção) e, felizmente, apenas dois ou três que vivem casamentos ou relações profundamente desgastadas.E o que esperam? Esperam comodamente que alguma coisa os vá arrancar dali. Não conseguem tomar uma atitude e estão à espera que alguém os salve (que tanto pode ser um novo amor como a tomada da decisão final pelo outro cônjuge).
Isto é, a meu ver, o progresso. Não vale a pena dizer que as pessoas não lutam, não se dão ao trabalho, não fazem sacrifícios, não pensam nos filhos (acho, aliás, este discurso uma coisa de há dois séculos). Hoje em dia, as pessoas, os casais, são apenas racionais: estão juntos enquanto isso os faz felizes. E adiar o fim acaba sempre por ser pior para toda a gente: para os próprios, para os filhos e para a família.
Diz a Teresa Pinho:
O João (ou eu, ou tantas pessoas que conheço, ou o Samuel Úria, ou as pessoas que aqui no blogue deixam comentários nesse sentido) conseguem pensar em mais do que o estado de paixão permanente. Acha mesmo que somos uma minoria? Olhando para os casais que me rodeiam vejo as pessoas a negociar e a fazer um esforço para que tudo resulte bem para ambos como não se fazia na geração dos meus avós nem dos meus pais.(E tenho 30 anos.)
Diz - como diz muita gente, aliás, - que as pessoas se separam a velocidades estonteantes, sempre à procura de um Mr. Right (e de uma Ms. Right, acrescento eu) que nunca aparece. Mas é mesmo a isso que o João assiste nas pessoas que o rodeiam? É que a mim isso parece-me mais o "Sex and the City" do que a realidade que observo à minha volta.
E como bónus a Teresa deixa bibliografia:
Aboim, Sofia (2011). Vidas conjugais: do institucionalismo ao elogio da relação. In Almeida, Ana Nunes (Eds.), História da vida privada em Portugal: os nossos dias (pp. 80-111). Lisboa: Círculo de Leitores / Temas e debates.
Eu a esta hora da madrugada já estou demasiado acabado para responder a comentários com bibliografia. Mas o tema interessa-me muito e vou certamente voltar a ele. Como diria este blogue se ele fosse uma telenovela brasileira: "me aguardem..."
Vou-me referir obviamente ao campo amoroso. Penso que o que importa é: sinto-me feliz? Ele/ela faz-me sentir bem? Para mim é impensável "perdoar" uma traição, a que já "sobrevivi" (poupem-me à definição). No entanto, tenho amigas que perdoaram.
ResponderEliminarNão tem a ver com a idade. Talvez mais com o estatuto social e outros motivos que cada um de nós valoriza de forma diferente...
Isis