Cá em casa temos o hábito de ler uma história antes de adormecer. Quando, há dois anos, a Carolina entrou para a escola primária, comecei a ler-lhe na cama livros mais longos e sem bonecos (primeiro umas páginas, progressivamente um capítulo de cada vez), para que ela se começasse a concentrar e a ganhar o gosto da leitura. Com os dois rapazes mantinha a leitura das histórias infantis mais simples.
Mas desde Setembro, com a entrada do Tomás para a escola primária, começámos a ler "Os Cinco" no quarto dos rapazes. Os mesmos Cinco (mas em novas edições) que eu li quando tinha a idade deles. O Gui, que ainda é pequeno para estas andanças mas dorme no mesmo quarto do Tomás, acabou por sofrer um upgrade forçado - e não se chateia nada com isso.
No início deste novo ritual, a Carolina fingia que não queria ouvir os capítulos de um livro para miúdos (para ela é mais a Enid Blyton de "O Colégio das Quatro Torres" e "As Gémeas"), mas ficava atrás da porta para não perder pitada. Eu fingia que não percebia...
À medida que a aventura do primeiro livro da colecção avançava, a Carolina foi entrando no quarto e agora aninha-se logo ao meu lado quando me sento para começar a ler.
O capítulo de ontem terminou em suspense com a promessa de grandes aventuras. E os miúdos insistiram para ler mais um capítulo, e mais um, e mais um...
Às tantas estávamos quase no final do livro, o Gui já dormia, quando o pai entrou de rompante no quarto absolutamente escandalizado por (uma hora depois) ainda estar tudo de olho arregalado. Mas se há assunto onde ele não tem moral para refilar é este. Antes uma hora a ler deitado num quarto do que sentado numa casa de banho. O bicho da leitura é o mesmo, mas incomoda muito menos gente.
Esta é a capa da nova edição século XXI. E esta é a edição velhinha, que eu li nos anos 80.
A minha versão tinha uma capa bem diferente. Abençoadas carrinhas da Gulbenkian!"!!
ResponderEliminar"No meu tempo" escandalizei o meu avô quando, numa viagem de comboio entre Castelo Branco e Lisboa, devotei uma destas aventuras inteirinha, antes da viagem terminar! O meu pobre avô, na sua inocência, pensava que aquilo me ia entreter por uns dias! Mas enquanto não acabava, não descansava! E os das gémeas também marcharam todos, mais do que uma vez! Fantásticos!
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