É por isso que é tão importante que os hospitais estejam cheios de voluntários "doutores" e de doutores "voluntários". Os primeiros com generosidade e formação para aliviarem sofrimentos de várias ordens e os segundos com competência e entrega para tratarem doentes e não doenças. Mas nem sempre se percebe a importância disto. Poucas são as instituições hospitalares em Portugal que têm a capacidade de formar voluntários com excelência para que o seu voluntariado dê todos os frutos que poderia dar se fosse rentabilizado.
Ser capaz de voluntariar o seu tempo é um gesto altruísta maravilhoso mas poder fazê-lo da melhor forma, rentabilizando a sua eficácia, devia ser um direito do voluntário. Pena é que por cá não se exerça esse direito, o seu valor não seja identificado pelas instituições e estas vivam da generosidade de associações externas que se esforçam para se adaptarem o melhor possível às necessidades de cada instituição (e graças a Deus com tanto sucesso, em alguns casos).
Ontem cruzei-me com mais um daqueles mails em que se apela à participação através de download para recolher fundos para um determinado propósito. Era a vez de um videoclip, de que já tinha ouvido falar no Natal passado, filmado por um conjunto espanhol - com o curioso nome de Macaco - com doentes, pais, profissionais e voluntários do Hospital Materno-Infantil Sant Joan de Déu, em Barcelona, para alertar para a importância de angariar fundos para a investigação oncológica.
Fiquei curiosa e fui cuscar sobre o hospital, pois recentemente, por causa de um amiguinho corajoso que tem vencido muitas destas batalhas exactamente em Barcelona (mas noutro hospital), tenho-me apercebido da soberba organização do trabalho de voluntariado de alguns hospitais espanhóis. E lá encontrei, altamente valorizado, o voluntariado no hospital e a importância que é dada à intervenção dos palhaços doutores, dos musicoterapeutas ou do programa Diver (que se dedica a suavizar a experiência de hospitalização na criança e sua família através de jogos simbólicos), de que gosto especialmente.
Espero que as almas mais sensíveis não fiquem demasiado impressionadas com as imagens de crianças com doenças oncológicas, porque o objectivo é exactamente o contrário: através da alegria seguir o caminho até à cura, um dia de cada vez.
Gostei muito. Obrigada!
ResponderEliminarconcordo plenamente...também já se vai ouvindo falar dos beneficios do Reiki, mas os hospitais ainda estão muito fechados, mas minha opinião, a estas questões.
ResponderEliminarUm médico deve ser, como disse e bem, um bom ouvinte, ter perspicácia...tantos problemas que surgem pelo stress levado ao limite, pela falta de atenção, de alguém que oiça com o coração...
Desviando um pouco, voluntários sim, mas também especialistas em psicologia da saúde, pagos para fazerem o seu trabalho. No que toca a saber escutar e entender as implicações e impacto psicológico do doente, assim como de efectivamente ajudá-lo a reorganizar emoções, parece que todos podem fazer esse papel. Aqueles que estão treinados, preparados para isso para além do senso comum, são demasiadas vezes esquecidos e desvalorizados.
ResponderEliminarConcordo! Um trabalho a ser valorizado e "formado" pois não é para todos. Ha tanto por fazer!
ResponderEliminarGostei. Música catita, e miúdos ainda mais catitas. Voluntários, sim, sem dúvida. Mas também formação e espírito de missão para os profissionais de saúde, incluindo neste grupo não só médicos, enfermeiros e técnicos, mas também auxiliares, administrativos, seguranças... quantas vezes, mesmo que os primeiros consigam tratar um doente de forma afável e humana, os segundos não deitam tudo a perder ? A fragilidade do doente e de quem o acompanha, é uma realidade, mesmo que disfarçada, e há tanta gente sem um mínimo de sensibilidade que nunca, nunca, deveria sequer aproximar-se de um doente e ainda ser paga por isso...
ResponderEliminar(gosto muito do blog, a propósito, e cá em casa somos pais, mas de 5 :P )