quinta-feira, 16 de maio de 2013

Eu, burguês, me confesso

Dois leitores decidiram apimentar este blogue com comentários sobre temas que me são caros. Cada um à sua maneira, fizeram críticas a mim, à minha família e ao Pais de Quatro de um ponto de vista que poderemos considerar marxista: nós somos um bando de burgueses insensíveis, que andamos por aqui a exibir a nossa vida luxuosa, indiferentes ao sofrimento dos mais pobres. O primeiro comentário surgiu já há uns tempos num post sobre o Balotelli e a ex-namorada. E rezava assim:

Boa, João. Fica-te por estas mexeriquices, porque de política e de sociedade não vês um canudo. Só não percebo uma coisa: se achas que tens piada para aparecer na TV com piadinhas sobre situações que, se analisares um pouquinho mais fundo, verás que são graves para muitas famílias, porque é que não fazes antes stand-up sobre assuntos triviais? 

O outro comentário foi feito há um par de dias a partir deste post:

A banalidade dos posts deste blogue e a exaltação das alegrias da vida familiar preenchida por uma ranchada de crianças lindas, roça, por vezes, a obscenidade. Então e se em vez de "a mamã é médica" e "o papá é um jornalista famoso e ilustre membro da elite intelectual lisboeta", que passam fins-de-semana idílicos na casa das Penhas Douradas e outros poisos afins, fosse "a mamã é administrativa" e "o papá é polícia", e em vez das Ritas, das Carolinas, das Pilar e das Assunção fossem o Fábio e a Sandra, seria assim tudo tão cor-de-rosa? De onde provém o sustento destes dois jovens universitários? Um pouco mais de pudor seria prudente.

Este segundo comentário é bastante mais interessante do que o primeiro, mas todos eles são um convite ao silenciamento - ou, pelo menos, a um certo nível de decoro - por alegada falta de sensibilidade social. Vamos por partes.

Em relação à questão da televisão e das minhas posições políticas, eu nunca as trouxe para este blogue porque tenho outros sítios onde as manifestar - e assim continuará a ser. Quem detesta o que eu escrevo no Público ou aquilo que defendo no Governo Sombra está no seu inteiro direito, embora seja altamente irritante esta mania de achar que quem não concorda com os nossos pontos de vista ou é imbecil ou mal-intencionado. O tique nacional de pessoalizar qualquer divergência ideológica mais acentuada é um absurdo (tal como a eterna superioridade moral da esquerda, que se acha sempre do lado dos pobres, enquanto a direita só quer o bem dos ricos), e se eu coloco tanto empenho em escrever sobre a minha família é porque sou um adepto da transparência da vida como forma de revelar a sua complexidade e os vários mundos que temos dentro de nós. O nosso posicionamento político ou as nossas convicções sobre assuntos económicos são uma ínfima parte daquilo que nós somos, e nem de perto, nem de longe, aquilo que mais conta nas nossas vidas.

E este é, de facto, o ponto, sobretudo quando o autor do segundo comentário entende que a "exaltação das alegrias da vida familiar" neste blogue "roça a obscenidade". Porquê? Porque a minha mulher é médica e eu sou "membro da elite intelectual lisboeta", o que supõe que nós sejamos particularmente abastados e convidaria a um prudente silêncio. A parte do "membro da elite intelectual lisboeta" é muitíssimo divertida, porque se o leitor conhecesse realmente algum membro desse grupo saberia que jamais me deixariam entrar no clube. O facto de eu aparecer na televisão e de escrever em jornais não esconde nunca o facto de eu ser um pobre labrego alentejano, como aliás já dei testemunho em posts como este.

Mas a ideia de que alguém tem de se conter no testemunho que dá da sua vida porque hoje em dia tem possibilidade de pagar uma noite em família na Serra da Estrela, pode ir comer fora quando lhe apetece ou de repente decide ir passar um dia na Kidzânia é não só bizarra, como vive na tal obsessão de que é o dinheiro que faz girar tudo no mundo. Ora, aquilo de que este blogue fala é essencialmente de duas coisas: de educação e de amor, e receio bem que o dinheiro não compre nem uma coisa, nem outra. Ajuda? Com certeza. Mas reduzir o ser humano à dimensão da sua carteira é, isso sim, uma tremenda pobreza.

E depois, deixem-me só puxar dos galões num aspecto: é que, ainda para mais, o fruto do nosso trabalho está ao serviço de uma família que hoje em dia tem seis membros. Não foi estourado em viagens anuais a Bora Bora ou em malas Louis Vuitton. Ele é devolvido à sociedade na forma mais nobre que me parece que existe: crianças com os valores certos (quero eu acreditar), que têm tudo para poder vir a deixar este mundo um pouco melhor do que o encontraram, tal como o pai e a mãe deles tentam fazer todos os dias - e independentemente do dinheiro que em cada momento têm na sua conta bancária (e posso garantir-vos que varia muito). O facto de isso, só por si, não ser merecedor de respeito, diz muito do país em que vivemos e da selecção das nossas prioridades. 


31 comentários:

  1. Caro João!!!Depois deste post, so aqui escrevo para mostrar o quão admirável achei esta resposta, uma vez que foi muito "politicamente correcto"!!
    Sigo este blog, porque acho admirável uma familia com 4 filhos nos tempos que correm e a forma como encaram a educação deles, cada um á sua maneira!!
    Quero também dizer que me divirto muitas vezes com o que leio e que concordo mais ainda com váriadissimos temas!!
    Acima de tudo, acho que se deve respeitar as opiniões, e a forma como cada um vive a sua vida!!
    Quem vem para "aqui" dar opinões do genero cima descrito é realmente desprovido de cérebro, uma vez que vocês lutam pelos vossos objectivos/ideais, coisa que essas pessoas não fazem...apenas sabem lamentar-se do facto de haver pessoas que podem passar um fim de semana "aqui e acolá", mas nada fazem pela vida para que possam usufruir desses mesmos previlégios!!
    Não o vejo como um intelectual ,mas como um optimo jornalista (a mamã Teresa deve ser optima médica), que escreve sobre variadissimos temas, de uma forma muito pura e acima de tudo muito simplas, tornando-se uma leitura acessivel a qualquer leitor ( e não apenas a intelectuais)!!

    Para finalizar, espero que continuem uma familia feliz e que continuem com o sentido de humor que vos caracteriza!!

    Abraço!
    Marta

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  2. realmente a inveja e cuscuvelhice neste país nunca acabam...quando as pessoas se julgam no direito de fazer comentários desses em relação à forma de vida das outras pessoas, e julgarem o que fazem com base na conta bancária...já é crime ter uma família feliz que engraçado! é um bocado triste, mas o João como sempre esteve à altura. belo texto

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  3. Não ligue ao que essas pessoas possam opinar! Quem não gosta, que se limite a não ler o que o João Miguel escreve ou deixa de escrever.
    Cada um tem a vida, a profissão, o salário, a família que acha que deve ter, que a merece ter e lutou por isso. Quem não tem nada disso e, ainda por cima, vem criticar...Deve estar mal na vida profissional, efectiva ou emocionalmente ou sei lá.

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  4. Adorei o post!

    Compreendo e respeito o 2º comentário, uma vez que o primeiro já foi por cá (blog) discutido e não merece mais caracteres a seu respeito. Sobre o 2º há uma série de argumentos que faltam ao leitor/acusador !

    Poderei dizer que me encontro numa situação semelhante, a mamã é técnica de saúde e o papá vendedor (é semelhante no sentido em que os "policias" nunca revelam quanto ganham de facto, limitando-se às queixas sobre o custo do fardamento), a vida lá por casa é gerido de forma "Gasparina" pela esposa, que sempre que pode é vista de esfero-caneta na mão e alertando ao perigo de gastos, dos meus, dos nossos em geral! Agora o que realmente gostava de saber da telenovela a mãe é administrativa e o pai é policia, é quais serão as prioridades ?! Há diversas pessoas que como o JMT fala e bem, a meu ver, não desistem das suas férias paradisíacas em Bora-Bora ou demais destinos exóticos, outros com menos posses, terão como "hobbie" os seus meios de transporte, possuidores de carros e/ou motas e trocando sempre que possível, outras pessoas decidem de quando em vez, gastar uns cobres valentes em fim de semanas em locais de "luxo" cá pelo nosso território, é certo que também me pareceu caro quando fui visitar as páginas de alguns locais falados neste blog, mas se não tivesse investido tanto dinheiro numa bicicleta talvez desse para lá ir, se não adorasse mudar frequentemente de telemóvel, o galaxy S4 (passe a publicidade) dá para pagar 3 ou 4 fins de semana na Serra da Estrela ! São opções meu caro amigo, opções que cada um toma para si, tendo em conta a família que tem, o orçamento familiar e mais importante e bem menos discutível, os gostos familiares de cada um. Como vendedor, há 5 anos que visito mensalmente o Alentejo, e como tal, não me causa qualquer espécie assistir ao "gaiato" da governo sombra, pois estou acostumado ao sotaque, é realmente algo estranho de se ouvir, pois o João faz referência a algo que está gravado nas mentes nacionais. Quem é de esquerda defende os coitadinhos dos trabalhadores e os de direita os ricaços, mas nem sempre é assim, basta estar atento às noticias que até há bem pouco tempo (acho que ontem) o PC faz uma proposta de isenção das contribuições extraordinárias para os magistrados (já agora João, uma boa questão para o "grande" que deve andar triste como a noite... se é que me entendes), é na diferença de visão, da defesa do que se acha justo que comecei a gostar de ouvir e ler o JMT!

    E terminando este longo discurso (acho que falei mais que o ilustre Cavaco Silva), sobrescrevo por inteiro a frase:

    "Mas reduzir o ser humano à dimensão da sua carteira é, isso sim, uma tremenda pobreza."

    Cumprimentos

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  5. Não tenho uma família numerosa. Nunca tive, na verdade. Tenho uma irmã, a minha mãe já foi minha mãe com 42 anos (há 32 anos não era nada comum) e vivi e vivo feliz porque a felicidade é, para mim, composta de tantas coisas. Filha de um casal divorciado mas amigos (e não é que é possível?) posso dizer que venho de uma família pequena, em que só tive avós maternos, mãe, pai e uma irmã. Primos, tenho, mas só os vi uma vez e não enchem uma mesa.

    É uma história interessante? Não sei. É a minha história. Como a história do Pais de Quatro é a vossa história. Para mim, é interessante e leva-me a sonhar. A sonhar que sim, que há famílias numerosas e felizes e amam-se sempre, nos momentos bons e menos bons. A sonhar que sim, que eu e o grande e único amor da minha vida vamos poder, um dia, seja onde for, poder construir uma família do tamanho que tão bem nos apetecer, sejamos pais de um, de dois, de três ou de nenhum, mas sempre felizes. Para mim, a vossa história é interessante e inspira-me, mesmo não tendo uma identificação clara convosco (não tenho filhos, e venho de uma família pequena), e continuo a ler porque gosto. Se não gostasse, não lia ou deixava de ler como fiz com alguns jornais e blogs. É isso que me incomoda neste tipo de comentários que indicam uma leitura regular. Se continuam a ler e ficam tão irritados, voltar a ler porquê?

    Li um texto, do Miguel Esteves Cardoso (pouco me importa se pertence ou não a numa elite intelectual, só sei que gosto de muitos dos textos dele) que talvez responda a essa questão: "(...) Ser feliz no meio de muita gente infeliz é como ser muito rico no meio de um bairro-de-lata. Só sabe bem a quem for perverso.
    Infelizmente, a felicidade não é contagiosa. A alegria, sim, e a boa disposição, talvez, mas a felicidade, jamais. Porque a felicidade não pode ser partilhada, não pode ser explicada, não tem propriamente razão. Não se pode rir em Portugal sem que pensem que se está a rir de alguém ou de qualquer coisa. Um sorriso que se sorria a uma pessoa desconhecida, só para desabafar, é imediatamente mal interpretado. (...)" (o resto do texto está aqui: http://www.citador.pt/textos/ninguem-tem-pena-das-pessoas-felizes-miguel-esteves-cardoso )

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  6. Na blogosfera sempre existiu e continuará a existir quem não consiga suportar o modo de vida dos outros. É uma característica. Ou se é invejoso, ou não se é de todo.
    Neste caso além de possuírem essa má qualidade, ainda fazem questão de dar a conhecer essa maneira de ser pequenina.
    Por mim podes continuar a mostrar tudo, salvo seja, porque haja quem consiga ser superior a este destilar de veneno e no meio de tanta noticia má e desanimadora precisamos de inspirações leves e de alegria.

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  7. eu juro que as gentes deste país são todas um bocadinho esquizofrénicas...
    ora é "ai que estamos todos no buraco, não há dinheiro, as famílias não compram nada, os negócios vão fechar".
    ora "seus sacanas de pessoas com dinheiro que o andam para aí a gastar em compras e restaurantes e hotéis".
    decidam-se pessoas! a sério.

    se acho que há gente que gasta o que não tem? acho.
    se acho que isso nos levou um bom bocado ao buraco? acho.
    só que também acho que quem tem e pode gastar dinheiro o deve fazer.

    a inveja é uma coisa fodida. pronto, já disse.

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  8. Mas é que mesmo que andasse a estourar dinheiro em Bora Bora e a seguir espetasse com as fotografias do paraíso no blogue, a unica coisa que os leitores teriam de fazer se não gostassem (estranho), era clicar ali no x do canto superior direito e pronto, acabava-se a história.
    Nunca consegui entender por que se criticam os autores quando ninguém obriga os leitores a ler...
    O blogue é vosso, quem gostar volta, quem não gostar xau aí! É tão simples!
    ;)

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  9. Por favor não me venhas dizer que fazer filhos não é um acto egocêntrico!
    Leonor

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    1. Boa tarde mna Leonor!

      Qual é a smartshop, ou shop-shop,ou payshop que posso comprar disso ? É de certeza disso que quero começar a fumar, está a fazer-me falta essa forma tão diferente de ver a vida !

      Fazer filhos:

      - Relação entre 2 pessoas, certamente retiram prazer do "momento" ambos.

      - Depois o egocentrismo dependerá do ponto de vista !

      - Mulher : Horas em trabalho de parto, muitas vezes as quais com dor !

      - Homem (sem filhos): Egocêntrico ?! Não, chama os amigos e o futuro padrinho e bora lá beber uns copos para celebrar!

      - Homem (com filhos): Egocêntrico ?! Naaa, corre corre, levar a esposa ao hospital, vir para trás porque se esqueceu da mala da roupa, volta a caminho do hospital, depois de deixar a cara-metade nas urgências, apressa-se a ir levar os restantes filhos aos avós !

      Enfim, depois de tudo isto é gozar tudo aquilo que o "egocêntrico" tem direito, noites mal dormidas, idas ao hospital com otites, faringites, laringites e todas as outras coisas acabadas em "ites", os choros, as birras, depois crescem e são os gastos... na escola, nas actividades extra-curriculares, depois chegam à faculdade e aí sim, é o supra-sumo do egocentrismo, os gastos tornam-se menos frequentes, mas em maior escala ! Idas à discoteca, saidas com os(as) amigos(as), viagens de finalistas, etc.

      Tudo isto pasme-se, num país em que depois de estarem formados, os egocêntricos ainda terão de sustentar os filhos, pois o mercado laboral está estonteante e não dá resposta a tanta mão de obra ! Quer que continue ? É que ainda me falta o capitulo do quando os egocêntricos chegam à velhice e têm além de ajudar os filhos, cuidar dos netos e so on....

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    2. Eu acho que a Leonor estava a ser irónica, ó Rui.

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    3. O Rui percebeu bem.
      Eu não quero que me respeitem pelos filhos que tenho. (São três, actualmente). Insisto que os tive porque quis. Ser egocêntrico não significa que não nos atiremos para o mar mas exactamente que nos atiramos em busca da nossa própria felicidade. Desculpem se isso não me envaidece nem um bocadinho.
      Leonor

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    4. Nome da smartshop, por favor!

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    5. Oh João, já dizia o "Velhinho".... "E esta hein ?!"

      ahahahaha

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    6. Egocentrismo:
      1. tendência para referir tudo a si mesmo
      2. preocupação exclusiva consigo e com os seus próprios interesses
      3. individualismo extremo
      4. PSICOLOGIA atitude psicológica, normal na segunda infância (3 a 6 anos), caracterizada pela ausência de distinção entre a realidade pessoal e a realidade objetiva. (In Infopédia)

      Egocêntrico:
      1. que se preocupa exclusivamente com a sua própria pessoa e os seus próprios interesses
      2. que é individualista ao extremo
      3. relativo ao egocentrismo. (In Infopédia)

      Eu quer-me parecer que quando uma pessoa tem filhos deixa precisamente de ser egocêntrico, ou no caso da Leonor eles ainda serão tão pequenos que nunca lhe deram dores de cabeça, ou preocupações...

      Ora, mas cada um tem filhos pelo motivo que bem lhe apetece! Se teve filhos por esse motivo (a sua própria felicidade) aconselho-a (como profissional de saúde) a procurar alguém com quem falar disso (um psicólogo, ou um psiquiatra, até!). Porque ter filhos é simplesmente a coisa mais natural do mundo, é o que evita a extinção da Humanidade,desde o princípio do mundo! Não pense agora que os Homens têm filhos para sua própria felicidade, porque são egocêntricos... eu leio com cada uma!!

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    7. Estive a reflectir e chego à conclusão que a mna Leonor é bem capaz de ter razão!

      Vejamos, se criar os filhos com essa atitude, "eles são meus, para minha própria felicidade, são minha propriedade", o mais certo é que não demorará a gozar do egocentrismo, pois o chuto no traseiro vai ser à maneira......

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  10. nem vale a pena responder, João, a sério! Aqui há tempos andou um destes anónimos (sim, porque são sempre anónimos, porque será) pelo meu blog, com uns comentários assim meio irónicos, a ver se eu mordia o isco, mas eu dei-lhe o silent treatment!

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  11. Claro que "quem não se sente não é filho de boa gente", mas já se deu ao trabalho alguma vez ler os comentários às notícias que dizem respeito a determinadas profissões? As pessoas conseguem ser horríveis sob o anonimato. Deve haver gente que não faz mais nada do que andar a destilar veneno na internet.

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  12. As pessoas andam naturalmente frustradas e infelizes com a situação do país e na forma como esta se reflecte nas suas vidas. Nesse sentido acho que os bloggers que expõem pedaços mais idílicos das suas vidas se tornam num alvo fácil para críticas mais ferozes. Assim numa espécie de caça às bruxas.

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    1. A Nicole pôs o dedo na ferida. Não justifica o tom que na minha opinião passa a linha do que é aceitável. Mas explica a motivação.

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    2. Peço desculpa Viajante mas não entendo em que medida o "tom" do meu comentário "passa a linha do que é aceitável". Para mim isso seria desrespeitar alguém com ofensas gratuitas e rasteiras.
      Se teve algum problema em interpretar o que escrevi eu esmiuço mais: apenas referi que quem se expõe mais está naturalmente mais sujeito a tornar-se numa espécie de bode expiatório do que vai mal na vida de quem os lê. Não podem "descarregar" no chefe, no Passos ou no Gaspar e deslocam essa frustração na crítica ou ofensa anónima que a blogosfera propicia.

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  13. Obrigada Joao e Teresa por partilharem connosco a vossa vida, as vossas conviccoes, os vossos valores, as vossas private jokes, os vossos filhos e uma parte daquilo que vos faz serem felizes.

    A vossa vida êh assim, a nossa será de outra forma; no entanto, êh bom ver que há pessoas que não conhecemos, que se calhar nunca vamos conhecer, mas que sao reais e que nos conseguem transmitir uma experiência de vida verdadeira.

    Isabel

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  14. É incrível a capacidade e predisposição das pessoas para criticarem a vida alheia, de facto. Creio que até são cada vez mais os que dedicam grande parte do seu dia a dia a isso. É de lamentar! Mas julgo que, em certa parte, se pode "compreender" pela frustração cada vez mais existente nas pessoas e que as leva a reagirem de um modo como que ciumento. Contudo, não é aceitável! E de uma forma muito simplista basta dizer: quem não gosta ou não concorda, que não leia! Os blogs são públicos, mas ninguém obriga a lê-los!!

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  15. O caminho não está fácil para muitos.... mas quando o caminho se põe duro, só os duros se mantém no caminho! Não deveria haver tempo para dispersão....
    Tenho pena das pessoas cujo amargura é tanta que usam o seu tempo para tentar «deitar abaixo» quem se expõe por fazer alguma coisa boa ou diferente... se isto acontece é porque definitivamente se sentem inferiores... há que ter paciência e até alguma compaixão!

    Com a tua resposta, agora sim sigo ainda mais de perto o blog :-)

    Sucessos muitos e felicidade todos os dias!

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  16. Excelente resposta, Sem dúvida.
    Eu venho de uma Família numerosa somos muitos primos e sempre brincamos muito nas férias em Trás-os-Montes, numa aldeia perto de Mirandela, a minha avó era professora o meu avo agricultor, a minha bisavó era professora o meu bisavô era alfaiate, e sempre foram felizes e sempre nos ensinaram que não interessa se tens ou não dinheiro tens de é de ter amor e saber ser feliz, para que possas tu num futuro próximo ensines alguém a ser feliz.
    Hoje sou a única neta que não sou professora sou administrativa e o meu marido um geógrafo e somos felizes e também temos um blog onde expomos as nossas loucuras saudáveis, e também nós tentamos ensinar VALORES ao nosso filho, coisa que parece estar em falta na nossa sociedade, também nós tentamos dar o que podemos e também nós vamos passar ferias a Serra da Estrela e outros cantos do nosso Portugal e não sou "medica" , como a Teresa, nem "Jornalista" como o João. O que eu quero dizer é que não importa o que somos, mas o que fazemos com aquilo que somos.
    João e Teresa, adoro o vosso blog parabéns por tudo e continuem, adoro a vossa alegria e ao ler fez ver que afinal a nós não somos assim tão loucos de manhã com as nossas correrias, Parabéns pela vossa linda família

    Kikas

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  17. Duas notas.
    O jornalista deste blog tem razão - tem todo o direito em exibir ao mundo a sua vida familiar , desde que não ponha em causa a privacidade das suas encantadoras criancinhas. tem razão em muiats coiasa, ser pai é bom, ter muitos filhos também, haja amor e dinheiro e tempo para escrever em blogues.
    Mas os comentadores têm ainda mais razão. Numa altura em que as famílias portuguesas, em geral, lutam pela sobrevivência básica, os exibicinismos de famílias bon chic bon genre soam um bocadinho pornográficos.

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    1. Apenas seria porno, se o jornalista em questão (ou a Doutora) lhe devesse dinheiro senhor anónimo! Se não for o caso, o casal pode gerir o seu orçamento familiar como lhe der na "real gana" ! Ninguém apesar da crise instalada, tem de viver de forma "tabelada", ou seja, se a generalidade das pessoas estão em determinado nivel, as demais não o podem fazer, ou então que o façam às escondidas ! Para além de ridiculo, soa-me a hipócrita este tipo de pensamentos, porque (João ou Teresa corrijam-me se estiver errado) o casal deve ter GERIDO o seu orçamento para que consiga fazer estas viagens! Muitos são os portugueses que lutam agora pela sobrevivência básica, pois há "meia dúzia" de anos atrás iam para Cuba, com créditos na Cetelem e afins....

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  18. "Um pouco mais de pudor seria prudente." A minha pergunta é porquê.
    Alguém paga as contas desta família?
    O politicamente correcto é andarmos a carpir cortes?
    Eu pessoalmente em vez de querer que estejamos todos mal, quero é que todos melhorem.
    Bonito é estourar o dinheiro todo ( onde bem nós apetecer) e andar a armar que se andou mais 100 m para poupar 5 cent no café? É este tipo de hipocrisia que mais vejo, o discurso do coitadinho.
    Na hora de dar opiniões tida a gente sabe gerir a vida dos outros, mas se for para ajudar ninguém se chega.
    Tretas!

    Esta resposta é brilhante. Ensinar valores é gratuito, infelizmnte nem todos aprenderam. Vivemos tempos em que se valoriza mais o que temos do que o que somos (e não me refiro a profissão) e este comentário mostra-o bem.

    Bem-haja família Mendonça Tavares, dão-me esperança que o futuro possa ser melhor.
    E não é por terem ido à Serra da Estrela.


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