http://paisdequatro.blogs.sapo
terça-feira, 1 de outubro de 2013
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Regras universais sobre o que fazer com a chucha quando ela cai ao chão
A propósito deste post, uma leitura coloca a pergunta: "E quem passa [a chucha] por água?"
Eu agradeço a questão, mas a leitora manifestamente desconhece as regras universais da relação entre a higiene da chucha e o número de filhos, das quais já me referi num lado qualquer que não encontro. Por isso, aqui vão elas outra vez:
1. Quando a chucha do primeiro filho cai ao chão, nós esterilizamos a chucha e depois voltamos a colocá-la na boca da criança.
2. Quando a chucha do segundo filho cai ao chão, nós passamos a chucha por água e depois voltamos a colocá-la na boca da criança.
3. Quando a chucha do terceiro filho cai ao chão, ela vai directamente do chão para a boca da criança.
4. Quando a chucha do quarto filho cai ao chão, chamamos um dos irmãos para a apanhar.
A partir do quinto filho já não sei como é.
Eu agradeço a questão, mas a leitora manifestamente desconhece as regras universais da relação entre a higiene da chucha e o número de filhos, das quais já me referi num lado qualquer que não encontro. Por isso, aqui vão elas outra vez:
1. Quando a chucha do primeiro filho cai ao chão, nós esterilizamos a chucha e depois voltamos a colocá-la na boca da criança.
2. Quando a chucha do segundo filho cai ao chão, nós passamos a chucha por água e depois voltamos a colocá-la na boca da criança.
3. Quando a chucha do terceiro filho cai ao chão, ela vai directamente do chão para a boca da criança.
4. Quando a chucha do quarto filho cai ao chão, chamamos um dos irmãos para a apanhar.
A partir do quinto filho já não sei como é.
Um novo blogue a partir de amanhã
Os astros devem ter percebido que eu fazia 40 anos em 2013 e resolveram presentear-me com uma série de mudanças radicais na minha vida profissional. A crise dos 40 costuma bater nas pessoas a nível pessoal - dúvidas existenciais, a morte lá à frente, a juventude lá para trás, o que é que eu fiz da minha vida?, e patati, patatá. Pois a mim, em vez de me bater existencialmente (pelo menos até agora), bateu-me profissionalmente: saí do Correio da Manhã, entrei no Público, saí da Time Out, tornei-me freelancer, e agora chegou a vez deste blogue mudar.
Após cerca de um anexo com o Pais de Quatro na Clix, eu e a Teresa decidimos mudar para a Sapo. Sempre fomos tratados com muita simpatia na Clix - vai daqui um abraço e um obrigado para o Roberto -, mas no meio deste turbilhão de mudanças decidimos também imprimir um novo fôlego ao blogue junto de uma nova equipa. Assim, as caríssimas leitoras e os caros leitores passam a encontrar-nos aqui:
Por causa de todas estas mudanças o Pais de Quatro tem estado bastante gaguejante nos últimos tempos, mas agora irá certamente regressar cheio de força.
Após cerca de um anexo com o Pais de Quatro na Clix, eu e a Teresa decidimos mudar para a Sapo. Sempre fomos tratados com muita simpatia na Clix - vai daqui um abraço e um obrigado para o Roberto -, mas no meio deste turbilhão de mudanças decidimos também imprimir um novo fôlego ao blogue junto de uma nova equipa. Assim, as caríssimas leitoras e os caros leitores passam a encontrar-nos aqui:
Por causa de todas estas mudanças o Pais de Quatro tem estado bastante gaguejante nos últimos tempos, mas agora irá certamente regressar cheio de força.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
O Clube dos Homens Medrosos
Como eu te compreendo, Barack Obama...
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Grande conquista civilizacional
A Rita aprendeu a recolocar a chucha na boca após ela cair.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Sobre a hipersexualização das crianças
O Público traz hoje uma notícia interessantíssima sobre a tentativa de interditar em França os concursos de beleza para miúdas com menos de 16 anos. A medida já foi aprovada pelo Senado francês e terá agora de ser votada favoravelmente pelos deputados da Assembleia Nacional para entrar em vigor. A iniciativa é de uma antiga ministra e actual senadora, Chantal Jouanno, que tem vindo a levantar a questão da “hipersexualização” das crianças, sobretudo depois da enorme polémica envolvendo a jovem francesa Thylane Lena-Rose Blondeau e a sua produção fotográfica para a Vogue de Dezembro 2010/Janeiro 2011.
Sendo eu um liberal, considero que todas as interdições devem ser profundamente ponderadas, até porque está aqui em causa uma limitação à liberdade dos pais, e eu desconfio sempre que um qualquer Estado nos quer ensinar como nos devemos comportar com os nossos filhos. Mas neste caso, estou tentado em concordar com a medida de Jouanno. Felizmente, em Portugal não existe aquela tradição americana (e, pelos vistos, francesa) dos concursos de beleza infantil - os child beauty pageants -, que mais parecem inacreditáveis freak shows para polir o ego dos paizinhos de meninas loiras e de olhos azuis. Mas a questão da hipersexualização das crianças é uma realidade incómoda, e o exemplo da produção de Thylane Blondeau nas páginas interiores da Vogue, feita quando ela tinha nove anos, é um bom exemplo. Isto, mesmo para um liberal, é ir além dos limites do bom gosto:
Claro que eu odeio fundamentalismos nesta matéria, e há um politicamente correcto mais ou menos obsessivo, muitas vezes alimentado pelos casos de pedofilia, que a única coisa que serve é para escamotear a complexíssima questão da sexualidade no fim da infância e na entrada da adolescência. O tema é, aliás, tão sensível, que é quase impossível debatê-lo no espaço público sem se ser acusado disto ou daquilo. O caso da jovem Thylane Blondeau é particularmente interessante, porque é como se a tal hipersexualização não lhe pudesse ser arrancada da pele, mesmo quando está apenas a olhar para a câmara, como nesta foto (ainda que a posição daquele ombro não seja propriamente inocente por parte do fotógrafo):
Mas isto é conversa para outra altura. O que interessa aqui é que, complexidades etário-sexuais à parte, há códigos de imagem na moda que estão bem estabelecidos, e objectos que por si só estão hipersexualizados - e que por isso não faz qualquer sentido serem usados por uma criança em sessões fotográficas: lençóis com peles de leopardo, vestidos dourados com decotes intermináveis, sapatos com saltos agulha, baton vermelho-sangue. Sim, esta foi uma produção de muito mau gosto da Vogue. E no entanto, bastava a revista ter feito no interior aquilo que fez nesta capa:
Isto é uma criança a fazer de criança. Aquilo lá em cima é uma criança a fazer de sex symbol para adultos. Tal como pô-la em cima de um palco a competir com uma dúzia de meninas pelo troféu de A Mais Bonita é uma transferência das categorias estéticas dos pais para cima de miúdos que se estão naturalmente nas tintas para tudo aquilo se não forem espicaçados pelos progenitores. Portanto, proíba-se. As crianças têm o direito de ser apenas crianças.
Sendo eu um liberal, considero que todas as interdições devem ser profundamente ponderadas, até porque está aqui em causa uma limitação à liberdade dos pais, e eu desconfio sempre que um qualquer Estado nos quer ensinar como nos devemos comportar com os nossos filhos. Mas neste caso, estou tentado em concordar com a medida de Jouanno. Felizmente, em Portugal não existe aquela tradição americana (e, pelos vistos, francesa) dos concursos de beleza infantil - os child beauty pageants -, que mais parecem inacreditáveis freak shows para polir o ego dos paizinhos de meninas loiras e de olhos azuis. Mas a questão da hipersexualização das crianças é uma realidade incómoda, e o exemplo da produção de Thylane Blondeau nas páginas interiores da Vogue, feita quando ela tinha nove anos, é um bom exemplo. Isto, mesmo para um liberal, é ir além dos limites do bom gosto:
Claro que eu odeio fundamentalismos nesta matéria, e há um politicamente correcto mais ou menos obsessivo, muitas vezes alimentado pelos casos de pedofilia, que a única coisa que serve é para escamotear a complexíssima questão da sexualidade no fim da infância e na entrada da adolescência. O tema é, aliás, tão sensível, que é quase impossível debatê-lo no espaço público sem se ser acusado disto ou daquilo. O caso da jovem Thylane Blondeau é particularmente interessante, porque é como se a tal hipersexualização não lhe pudesse ser arrancada da pele, mesmo quando está apenas a olhar para a câmara, como nesta foto (ainda que a posição daquele ombro não seja propriamente inocente por parte do fotógrafo):
Mas isto é conversa para outra altura. O que interessa aqui é que, complexidades etário-sexuais à parte, há códigos de imagem na moda que estão bem estabelecidos, e objectos que por si só estão hipersexualizados - e que por isso não faz qualquer sentido serem usados por uma criança em sessões fotográficas: lençóis com peles de leopardo, vestidos dourados com decotes intermináveis, sapatos com saltos agulha, baton vermelho-sangue. Sim, esta foi uma produção de muito mau gosto da Vogue. E no entanto, bastava a revista ter feito no interior aquilo que fez nesta capa:
Isto é uma criança a fazer de criança. Aquilo lá em cima é uma criança a fazer de sex symbol para adultos. Tal como pô-la em cima de um palco a competir com uma dúzia de meninas pelo troféu de A Mais Bonita é uma transferência das categorias estéticas dos pais para cima de miúdos que se estão naturalmente nas tintas para tudo aquilo se não forem espicaçados pelos progenitores. Portanto, proíba-se. As crianças têm o direito de ser apenas crianças.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Fish kissing
A nossa filha Carolina costuma tapar os olhos, envergonhada, quando apanha os pais a beijarem-se. Uma das últimas vezes resolveu classificar o nosso beijo como o de um peixe. E exemplificou:
Podia ser pior. Temos que ver a coisa pela positiva. O Tiago Guillul, pastor baptista panque-roquer, tem uma música chamada Beijas como uma Freira, e eu lembro-me de ter ouvido a sua mulher Ana Rute Cavaco a contar na televisão, muito embaraçada, que uma das filhas cantava habitualmente as canções do pai na escola. Mal por mal, antes beijar à peixe do que à freira.
Podia ser pior. Temos que ver a coisa pela positiva. O Tiago Guillul, pastor baptista panque-roquer, tem uma música chamada Beijas como uma Freira, e eu lembro-me de ter ouvido a sua mulher Ana Rute Cavaco a contar na televisão, muito embaraçada, que uma das filhas cantava habitualmente as canções do pai na escola. Mal por mal, antes beijar à peixe do que à freira.
O fim de um ciclo (e o princípio de outro)
Hoje é o meu primeiro dia oficial como jornalista freelancer. Por razões que não interessa estar aqui a explicar, até porque custa um bocadinho falar disso, resolvi deixar o cargo de director-adjunto da Time Out, empresa que ajudei a fundar e a trazer para Portugal em 2007. Desde que comecei a trabalhar no projecto até ao dia em que decidi sair foram mais de sete anos de muito empenho, muitas vezes nadando contra a corrente: a quantidade de gente que nos disse que a Time Out Lisboa nunca iria vingar foi bastante maior do que aquela que nos disse para seguir em frente.
Mas a verdade é que a revista se impôs, com um público fiel e um estilo muito próprio. Fomos capazes de criar uma marca de sucesso, que faz hoje semanalmente parte do mapa genético de Lisboa - mas não só: a revista também está no Porto (com periodicidade mensal), tem várias edições especiais para turistas e para miúdos, organiza umas festas de arromba, e tanto, tanto mais.
Mas, sobretudo - e é aquilo de que mais me orgulho -, conseguimos criar uma equipa coesa e muito unida, onde a amizade e a solidariedade foram frequentemente o combustível que permitiu ultrapassar o cansaço e a falta de meios. Sempre disse que essa era a parte mais fascinante de se ser uma espécie de empresário: reunimos pessoas que por causa de nós se conhecem, ficam amigas para a vida, começam a namorar, têm filhos. E depois, passados alguns anos, quando olhamos para trás, percebemos como de uma ideia muito simples - fundar a Time Out Lisboa - nasceu uma multiplicidade de ligações e de relações, que sem esse mini-Big Bang inaugural nunca teriam chegado a acontecer.
É uma maneira muito bela, e muito profunda, de tocar nas vidas dos outros. E no meio de tudo o que fica para trás, é disso que vou sentir mais falta.
Mas a verdade é que a revista se impôs, com um público fiel e um estilo muito próprio. Fomos capazes de criar uma marca de sucesso, que faz hoje semanalmente parte do mapa genético de Lisboa - mas não só: a revista também está no Porto (com periodicidade mensal), tem várias edições especiais para turistas e para miúdos, organiza umas festas de arromba, e tanto, tanto mais.
Mas, sobretudo - e é aquilo de que mais me orgulho -, conseguimos criar uma equipa coesa e muito unida, onde a amizade e a solidariedade foram frequentemente o combustível que permitiu ultrapassar o cansaço e a falta de meios. Sempre disse que essa era a parte mais fascinante de se ser uma espécie de empresário: reunimos pessoas que por causa de nós se conhecem, ficam amigas para a vida, começam a namorar, têm filhos. E depois, passados alguns anos, quando olhamos para trás, percebemos como de uma ideia muito simples - fundar a Time Out Lisboa - nasceu uma multiplicidade de ligações e de relações, que sem esse mini-Big Bang inaugural nunca teriam chegado a acontecer.
É uma maneira muito bela, e muito profunda, de tocar nas vidas dos outros. E no meio de tudo o que fica para trás, é disso que vou sentir mais falta.
Capa da primeira Time Out Miúdos, com ilustração do Bernardo Carvalho
Carrossel de gastroenterites
Nós sabíamos que isto ia acontecer - assim que a Rita pusesse um pezinho no infantário, os vírus e as bactérias iriam atirar-se a ela como cães a um osso. É o que dá estar um ano enfiada no ambiente protegido da sua casa e depois ser lançada (literalmente) aos bichos. No início do mês, ao fim de dois dias já estava com uma laringite. Depois nós fomos para Nova Iorque e ela recuperou alegremente em casa dos avós. No final da semana passada, regressou ao infantário. Ao fim de dia e meio estava com uma gastroenterite. E das boas - a dita cuja já deu cabo de mim, da mãe e do Gui (até ver).
É um carrossel de gastroenterites que invariavelmente se transforma num carrossel de noites mal dormidas, a acorrer a um porque vomitou a cama, a outro porque a diarreia saltou as barreiras da fralda, a mais um porque está com pesadelos, e juntando a isso o facto de eu e a Teresa estarmos com aquela sensação de termos sido atropelados por uma manada de bisontes. Ah, como é linda a paternidade.
A única coisa boa de estar doente é nós termos mimos extras, seja da esposa, seja dos filhos, em formato de torradas, chá quente ou derivações artístico-queriduchas. Ontem a Carolina viu-me tão em baixo que resolveu dar-me esta prenda, que ela desenhou no iPad:
Fofinha, não? Mas, claro, se isto já está assim com a Rita e ainda estamos no Verão, nem quero pensar no que vai ser o nosso Inverno. Acho que tenho muitos desenhos para receber...
É um carrossel de gastroenterites que invariavelmente se transforma num carrossel de noites mal dormidas, a acorrer a um porque vomitou a cama, a outro porque a diarreia saltou as barreiras da fralda, a mais um porque está com pesadelos, e juntando a isso o facto de eu e a Teresa estarmos com aquela sensação de termos sido atropelados por uma manada de bisontes. Ah, como é linda a paternidade.
A única coisa boa de estar doente é nós termos mimos extras, seja da esposa, seja dos filhos, em formato de torradas, chá quente ou derivações artístico-queriduchas. Ontem a Carolina viu-me tão em baixo que resolveu dar-me esta prenda, que ela desenhou no iPad:
Fofinha, não? Mas, claro, se isto já está assim com a Rita e ainda estamos no Verão, nem quero pensar no que vai ser o nosso Inverno. Acho que tenho muitos desenhos para receber...
sábado, 14 de setembro de 2013
Concerto em bicos dos pés
A Rita tem imensa sorte. Isto de ser a quarta filha e crescer com uma irmã e dois irmãos de idades muito próximas mas com interesses muito diferentes, aumenta-lhe imenso a paleta de descobertas em tenra idade. Com um ano acabado de fazer, já se consegue perceber bem que a música é uma das coisas que mais lhe interessa. É irresistível observá-la a abanar o capacete ou vê-la de dedinho no ar quando ouve qualquer melodia, e toda a família sabe, pelo entusiasmo da sua reacção, qual é a música preferida da Rita quando à noite cantamos ao Jesus.
Geralmente, quando me sento a estudar piano com a Carolina, a Rita fica ao meu colo e tenta freneticamente chegar às teclas. Fartamo-nos de rir com as suas peças desajeitadas mas muito empenhadas. Agora que ela está mais crescida e já explora a casa toda com independência, não precisa do colo para dar aso à sua criatividade. Basta esticar-se e iniciar o seu mini-concerto como qualquer pianista profissional - sem olhar para o teclado.
Geralmente, quando me sento a estudar piano com a Carolina, a Rita fica ao meu colo e tenta freneticamente chegar às teclas. Fartamo-nos de rir com as suas peças desajeitadas mas muito empenhadas. Agora que ela está mais crescida e já explora a casa toda com independência, não precisa do colo para dar aso à sua criatividade. Basta esticar-se e iniciar o seu mini-concerto como qualquer pianista profissional - sem olhar para o teclado.
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
40
O homem da minha vida fez ontem 40 anos!
Já não usa os oculinhos à Harry Potter (que usava muito antes deste ser criado), nem escreve cartas com 50 folhas para aproximar a distância que nos separava (eu vivia em Castelo Branco e ele em Portalegre).
Já não passa o dia inteiro com o saco do Público na mão (era reconhecido na faculdade por isso e os pais encheram uma arrecadação com os exemplares que guardava religiosamente desde o número 1), nem usa o seu colete cheio de bolsos com o qual dava asas ao desejo de vir a ser jornalista.
Os óculos acompanharam as tendências e a versão app do Público poupa as florestas do planeta, mas ele é hoje para mim muito mais do que eu podia imaginar quando o conheci há 23 anos: o meu marido, o meu namorado, o meu melhor amigo, o meu maior crítico, o pai dos meus quatro filhos, o meu amante, o meu herói, o meu punching bag. Amanhecer ao seu lado continua a ser um dos maiores prazeres desta vida e adormecer no seu abraço volatiza qualquer problema que me aflija.
Já não usa os oculinhos à Harry Potter (que usava muito antes deste ser criado), nem escreve cartas com 50 folhas para aproximar a distância que nos separava (eu vivia em Castelo Branco e ele em Portalegre).
Já não passa o dia inteiro com o saco do Público na mão (era reconhecido na faculdade por isso e os pais encheram uma arrecadação com os exemplares que guardava religiosamente desde o número 1), nem usa o seu colete cheio de bolsos com o qual dava asas ao desejo de vir a ser jornalista.
Os óculos acompanharam as tendências e a versão app do Público poupa as florestas do planeta, mas ele é hoje para mim muito mais do que eu podia imaginar quando o conheci há 23 anos: o meu marido, o meu namorado, o meu melhor amigo, o meu maior crítico, o pai dos meus quatro filhos, o meu amante, o meu herói, o meu punching bag. Amanhecer ao seu lado continua a ser um dos maiores prazeres desta vida e adormecer no seu abraço volatiza qualquer problema que me aflija.
O dia acabou com o João a apagar as 40 velas num muffin de chocolate. Ia deitando fogo ao hotel a acendê-las, mas valeu a pena. Aquele bolo éramos nós: um espaço pequeno onde cabe tanta, tanta coisa.
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
O-Ohhhhh 2!
Depois da descoberta das estantes de DVDs, a Rita apaixonou-se entretanto pelos Playmobil do papá dos manos. Podemos depositá-la na outra ponta da casa que, em segundos, ela lá vai rabinhando até ao quarto do Tomás e do Gui, para logo de seguida, qual Godzilla, espalhar o caos pelas redondezas. É como se tivesse um GPS na cabeça que lhe indica os melhores caminhos para chegar à asneira. E ela utiliza-o na perfeição.
Rita Godzilla prepara-se para atacar um forte do faroeste. As armas dos pobres
soldados nada podem contra as investidas do terrível monstro cor-de-rosa.
Rita Godzilla vira do avesso uma canoa, com um infeliz índio lá dentro,
perante a impotência da sua tribo. O que lhe irá acontecer?
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Parabéns, Ritinha!
A nossa Ritinha fez um ano na sexta-feira, e para que todos os manos e avós (biológicos e de coração) pudessem celebrar com ela o aniversário, viajámos desde Lisboa até aos Montes da Senhora (200 quilómetros) e dos Montes da Senhora até à praia da Oura, no Algarve (450 quilómetros). Foi uma verdadeira maratona automobilística - mas o acontecimento assim o exigia.
Desta forma, a Rita teve direito a duas festas, a dois bolos e a duas velas (uma delas em formato app, porque na família não há fumadores e ninguém nas proximidades tinha um isqueiro para acender a vela), além de beijos e mimos à farta.
Os manos estavam verdadeiramente orgulhosos da sua mana bebé e vibraram com o dia como se fosse o seu próprio aniversário. Houve prendas fofas e cartazes super-elaborados.
Só por isso os erros de sintaxe foram perdoados.
Desta forma, a Rita teve direito a duas festas, a dois bolos e a duas velas (uma delas em formato app, porque na família não há fumadores e ninguém nas proximidades tinha um isqueiro para acender a vela), além de beijos e mimos à farta.
A Rita celebra o primeiro aniversário nos Montes da Senhora às 15 horas
A Rita celebra o primeiro aniversário na praia da Oura às 22 horas
Os manos estavam verdadeiramente orgulhosos da sua mana bebé e vibraram com o dia como se fosse o seu próprio aniversário. Houve prendas fofas e cartazes super-elaborados.
Só por isso os erros de sintaxe foram perdoados.
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
O tamanho conta
Algumas reacções a este post estão a fazer-me sentir um terrível pervertido. Por causa disso até fiz ontem à noite um teste à excelentíssima esposa com a capa do Lolita, antes de ela ler o post. E a verdade é que só à segunda é que a Teresa ligou as paredes às pernas e o tecto às cuecas brancas de uma menina. É estranho como para umas pessoas aquilo é absolutamente do domínio do óbvio, enquanto outras têm de esfregar os olhos várias vezes para ver o que lá está - e ainda assim não ficam completamente convencidas.
Será uma coisa gajo-gaja, dentro daquela lógica "os homens estão sempre a pensar naquilo"? Provavelmente por eu estar sempre a pensar naquilo, lembrei-me de um vídeo de Ze Frank que vi há tempos, chamado "A Song for Freud", cujo refrão pode ser traduzido por "se procurares bem, encontrarás uma pila praticamente em todo o lado" - e as imagens do vídeo provam a tese com alguma eficácia. Ora vejam:
Como o próprio Ze Frank aconselha, "não cantem isto nos elevadores" - um risco sério, porque o raio da canção é daquelas que fica mesmo no ouvido.
Mas tendo eu dúvidas sustentadas sobre a tese "eles só pensam em sexo" versus "elas só pensam em filhos" (embora eu me queixe bastante desta segunda parte - sobre a primeira, a minha mulher que responda), prefiro deixar a justificação mais do lado da física e da óptica do que do lado da psicanálise. Esqueçam o Freud, portanto. O que se passou, provavelmente, é que coloquei as leitoras deste blogue demasiado próximas da parede. Ou seja, assim a capa percebe-se com dificuldade:
Mas assim já se percebe muito melhor:
Que é um outro modo de dizer: sim, o tamanho conta.
Será uma coisa gajo-gaja, dentro daquela lógica "os homens estão sempre a pensar naquilo"? Provavelmente por eu estar sempre a pensar naquilo, lembrei-me de um vídeo de Ze Frank que vi há tempos, chamado "A Song for Freud", cujo refrão pode ser traduzido por "se procurares bem, encontrarás uma pila praticamente em todo o lado" - e as imagens do vídeo provam a tese com alguma eficácia. Ora vejam:
Como o próprio Ze Frank aconselha, "não cantem isto nos elevadores" - um risco sério, porque o raio da canção é daquelas que fica mesmo no ouvido.
Mas tendo eu dúvidas sustentadas sobre a tese "eles só pensam em sexo" versus "elas só pensam em filhos" (embora eu me queixe bastante desta segunda parte - sobre a primeira, a minha mulher que responda), prefiro deixar a justificação mais do lado da física e da óptica do que do lado da psicanálise. Esqueçam o Freud, portanto. O que se passou, provavelmente, é que coloquei as leitoras deste blogue demasiado próximas da parede. Ou seja, assim a capa percebe-se com dificuldade:
Mas assim já se percebe muito melhor:
Que é um outro modo de dizer: sim, o tamanho conta.
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